4 de fevereiro de 2010

Boteco do Valente em defesa do MST!!!


Ontem a noite, o bicho pegou na Câmara Municipal de Bauru, porque teve uma galera que entupiu o auditório pra fazer um ato em defesa da reforma agrária, sendo que quem chamou essa parada foi o vereador Roque Ferreira, da Esquerda Marxista (PT), colaram aqui o deputado Raul Marcelo e o Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), mais Gilmar Mauro, membro da Coordenação Nacional do MST.



O que se escutou de esculacho pra cima da Polícia Civil e da Secretaria de Segurança Pública de SP,por causa da baixaria que viraram as investigações da Fazenda Santo Henrique, alvo de um verdadeiro fuzuê entre o INCRA e a Cutrale, que se acha dona da área, não tava escrito!!! O evento foi uma resposta , e das bem brabas, aquilo que os próprios participantes definiram como a “criminalização dos movimentos sociais”.



Os sem-terra são acusados pela empresa de depredar e furtar materiais que estavam guardados na propriedade, bem como destruir 3 mil pés-de-laranja (alguém provou alguma coisa?). Os integrantes do MST alegam que a área pertence à União e foi grilada pela Cutrale (TÁ NA CARA!!).



No último dia 26, a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão contra 17 militantes do movimento e alguns membros do diretório do PT em Iaras. Nove pessoas foram presas e encaminhadas a diferentes cadeias públicas da região. A ação envolveu centenas de homens e viaturas e foi amplamente divulgada pelos meios de comunicação.



Para Simão Pedro, as prisões dos militantes do MST fazem parte de uma ofensiva dos grupos que se opõem à reforma agrária. “Tentam partidarizar a questão e desestabilizar o principal movimento que atua na luta pela terra”, disse. Raul Marcelo fez críticas pesadas ao Governo do Estado, hoje sob o comando do PSDB. “Estamos diante de uma prisão política que serve aos interesses de José Serra (virtual candidato da oposição à Presidência, nas eleições deste ano). Infelizmente, no Brasil, a ‘letra fria da lei’ ainda serve, muitas vezes, a interesses escusos”, atacou.



Plínio, que é advogado da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), fez um discurso ácido, com alguns toques de ironia. Ele contou que, recentemente, compareceu ao Senado Federal para uma audiência que tratou da ocupação da Fazenda Santo Henrique.

“Em certo ponto de minha explanação, um dos senadores me questionou: ‘Mas o que o senhor acha a respeito da destruição dos 3 mil pés de laranja?’ Respondi: ‘O sem-terra erraram. Deveriam ter derrubado umas 30 mil árvores, pelo menos. Aquela área nunca pertenceu à Cutrale. É terra pública’”, disse. Gilmar Mauro também recorreu ao sarcasmo. “As árvores que deram origem a essa polêmica (os pés-de-laranja) vieram bem a calhar. O fruto delas tem muita vitamina (C). Muita gente no Congresso e nos tribunais deve estar recebendo uma ‘vitamina’ da Cutrale”, disparou.



Para Roque, as prisões refletem a faceta autoritária do Estado. “Elas reforçam no senso comum a ideia de que lutar pelos próprios direitos é coisa de bandido”, disse.


O Boteco do Valente soma nessa briga pela reforma agrária!!!


MOÇÃO DE APOIO AO MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA (MST) E CONTRA A CPMI QUE TEM POR OBJETIVOS CLAROS CRIMINALIZAR AS LUTAS SOCIAIS NO BRASIL


A galera toda do Boteco do Valente manifesta todo o seu apoio ao MST que ao longo dos seus 25 anos se consolidou como referência para o povo brasileiro na luta por dignidade, reforma agrária e justiça social.
A luta do MST é legítima, pois questiona a concentração fundiária no Brasil e o modelo produtivo da porcaria do agronegócio que explora e envenena os/as trabalhadores/as rurais, envenena os alimentos dos brasileiros, promove o êxodo rural causando inchaço das cidades e a favelização de famílias que tem vínculo com a terra e produz desequilíbrio e perdas na biodiversidade brasileira resultando em impactos negativos na saúde de todos/as os/as brasileiros/as.

A CPMI que investiga o MST representa o esforço histórico dos latifundiários e das grandes empresas que atuam no campo em combater e criminalizar as lutas sociais que buscam mudanças estruturais necessárias em nossa sociedade.



O MST representa a luta por uma sociedade justa, com respeito e cuidado com a natureza e por isso tamos dando o nosso recado: "Nossa Banca Toda é Sem Terra"!

1 de fevereiro de 2010

Salve,Dom Quixote de La Mancha!!!



A história de D. Quixote se passa em uma pequena aldeia da Espanha, na província da Mancha. Trata-se de um ingênuo senhor cinqüentão, que vivia na zona rural. Tinha nome nobre, porém, poucas posses. Vivia em um velho casarão, com uma jovem sobrinha, uma governanta e um rapaz que cuidava da fazenda. A casa, além de uma extensa biblioteca, sendo os livros, a maioria de cavalaria, era toda ornamentada com escudos e lanças antigos, o que talvez tenha sido elementos fundamentais que levaram o personagem principal a enfrentar sérios problemas.
O nome verdadeiro era dom Alonso Quixano. A maior parte do tempo lia livros de cavalaria, que falavam de heróis, que saíam pelo mundo matando vilões e honrando suas amadas. Leu tanto que isso tornou-se uma obsessão, até o dia em que decidiu, ele mesmo, tornar-se um cavaleiro andante. Muda o nome para Dom Quixote de la Mancha, se veste com uma armadura e monta em um velho pangaré, batizado de Rocinante. A princípio, sai sozinho de casa. Seu plano era andar pelo mundo, desfazendo injustiças, salvando donzelas e combatendo gigantes e dragões. Como todos os cavaleiros tinham uma amada, para quem dedicava suas aventuras heróicas, D. Quixote não tinha, mas inventou uma. Lembrou-se que, anos atrás, estivera interessado em uma camponesa chamada Aldonça, que vivia na aldeia de Toboso. Era feia, desajeitada e analfabeta, mas o cavaleiro mudou seu nome para Dulcinéia del Toboso e passou a fantasiar que ela era mais bela que todas as damas e princesas dos livros. Passou por maus bocados, meteu-se em apuros, levou surras e voltou para casa todo dolorido para se recuperar, certo de que voltaria às aventuras. Quando voltou para casa a sobrinha, extremamente preocupada, com a insanidade do tio, uniu-se ao vigário e ao amigo Nicolau e queimaram todos os livros da biblioteca de D. Quixote e mandaram emparedar a porta com tijolos e reboques. Quando se recuperou foi à biblioteca e constatou que esta havia sumido. A governanta disse que o sumiço foi obra de um feiticeiro que lá esteve na sua ausência e ele acreditou. Aquietou-se por umas duas semanas, só passeando pelas redondezas. Num desses passeios conheceu um simplório lavrador, gorducho e baixinho, de nome Sancho Pança, que concordou em acompanhá-lo em suas andanças, como escudeiro, sob a promessa de D. Quixote de que, se um dia ganhasse de um rei, uma ilha como pagamento por seu heroísmo, o que era muito comum entre cavaleiros, daria a mesma de presente ao escudeiro para que este se tornasse governador da mesma. Numa noite, escondidos, deixaram a aldeia: o cavaleiro montado em Rocinante e Sancho num burrinho. Seguiram-se muitas e desastradas aventuras. Numa delas Sancho atribui uma nova alcunha ao amo: Cavaleiro da Triste Figura, pelo estado lamentável em que ficou o amo no último combate. Depois se auto-intitulou Cavaleiro dos Leões, por enfrentar um leão que encontrou junto à uma comitiva na estrada. O tratador se viu obrigado, diante da imposição de D. Quixote, a abrir a jaula. O leão não quis sair. Porém todos comprovaram que ele estava mesmo disposto a enfrentar a fera. Continuando as andanças D. Quixote vive sob a alucinação de que está realmente vivendo na época áurea da cavalaria, quando estas já não eram realidade da sua época. Vê pás de moinhos de vento e imagina que são gigantes com braços enormes, entre outros delírios. Vivem situações tão humilhantes quanto engraçadas. Viveu várias aventuras antes de retornar à Mancha. Numa delas quase foi esmagado, junto com Sancho, por uma enorme roda de um moinho d’água. Cismou que um barquinho sem remo, que se encontrava às margens do rio Ebro, era encantado e o levaria até uma fortaleza próxima, onde havia um valente cavaleiro, o qual ele iria libertar. Outra aventura hilária da dupla aconteceu quando uma duquesa os encontrou por acaso, às margens de um outro rio. Quando os mesmos se apresentaram ela os reconheceu. Lembrou-se de um livro que um anônimo escreveu sobre a história deles e que circulava por todas as feiras da Espanha. Ela teve a idéia de se divertir com as maluquices dos dois e disse-lhes que teria um enorme prazer em recebê-los como hóspedes em seu castelo. Apesar de estarem sendo enganados e sendo objetos de escárnio para o casal de duques e seus convidados, sem saber é claro, tiveram um tratamento que fazia jus ao papel que fantasiosamente se auto-atribuíram. Foram recebidos com festa e tratados com todas as honras e solenidades que eram narradas nos livros de cavalaria. Até uma ilha Sancho ganhou para governar. Entretanto, os duques, criados e convidados criaram tantas situações constrangedoras e difíceis que Sancho renunciou ao cargo de governador da ilha. Depois de tantas aventuras e desventuras D. Quixote resolveu voltar à Mancha, reuniu a sobrinha, empregados e amigos e, bastante debilitado, mesmo depois de um longo repouso e acompanhamento médico, acordou de um longo sono e anunciou que a loucura o havia deixado e voltou a ser Dom Alonso Quixano. Decidiu fazer seu testamento, pois sentia a morte aproximar-se. Deixou as terras para a sobrinha, uma quantia em dinheiro para a governanta e Sancho e, aos amigos, a lembrança de que, apesar da loucura, viveu cheio de dignidade e bondade. Assim morreu um herói que, na sua loucura, foi tão corajoso quanto os verdadeiros heróis da cavalaria, pois se propôs a tornar real sua fantasia.