23 de janeiro de 2010

Cala a boca, Casoy!!


Boris Casoy acabou pagando (e vai pagar muito mais) por sua lingua ferina e comprida, (quando ele morrer, vai ser um caixão pro corpo e outro para a língua!) e mostra realmente o que vai pelo seu interior se é que isso tem interior),quando esse mané, quis falar de dois garis que se confraternizavam no final do ano passado!!!

É preconceituoso embora tenha pose de intelectual, de ser bem informado, e ache que esse moleque é o "âncora" da televisão brasileira, pois ele mesmo deveria usar com moderação a expressão que cunhou " Isto é uma vergonha"(vergonha é humilhar quem ganha o seu dinheiro honestamente, seu idiota!!)! .

Quando aquele ladrãozinho internacional de gravatas que aqui posava de condutor de almas de sua comunidade, foi preso, não utilizou esta expressão,para referir-se ao seu comportamento, e olhe que aí sim foi 'UMA VERGONHA" monstruosa. Este, até hoje vive no ostracismo. Ninguém lhe dá mais ouvidos.

Boris Casoy amargou um ostracismo até recentemente, e joga culpa na interferência do governo. Não compreende que o veículo onde trabalha precisa de patrocinadores e com esse procedimento de língua descontrolada, certamente que os afasta. Quem o quer assim? Só se forem suicidas...

Pois eu discordo, estimado jornalista Boris Casoy. Naquele momento, foi o senhor quem representou o que existe de mais baixo na escala do trabalho, que é ser dotado de um desrespeito profundo por quem trabalha, e muito duro. E isso, como eu sei, o senhor sabe, a torcida do Corinthians e o senhor aqui ao lado sabem, foi uma vergonha.

Mas, como também bem o sabemos todos nós, o senhor não está sozinho. Dias atrás, um CEO de um dos maiores grupos de comunicação no Brasil disse que sua empresa tratava igualmente "desde os mais importantes até os mais irrelevantes? colaboradores. Bom, para esse neto da minha avó Orminda, se eu considero alguém irrelevante, seguramente não o considero igual aos mais importantes, concordam?

O Boris Casoy mostrou que pensa exatamente do mesmo jeito. Alguns são importantes, outros são irrelevantes, tão irrelevantes que não deveriam sequer ter a permissão para apresentar seus desejos de feliz ano novo a todos nós, brasileiros, em especial aos mais importantes.

Pois eu, estimado Boris, que me considero muito, mas muito importante, ao menos aqui na minha luxuosa laje do IX de Julho, recebi com muito agrado os votos de felicidade dos dois garis. Mas, posso assegurar, que jamais convidaria (e nem faço questão de convidar) o senhor sequer para tomar uma tubaina (favor não aparecer por aqui, pois a galera do Boteco está uma fera contigo!!), por mais importante que o senhor seja. Por que o senhor, e sua fala confirma, é mau. Aliás, o senhor é de direita, isso sim é que é o grau mais baixo de um ser humano.

Na verdade, Boris Casoy traz à tona o eterno debate sobre a relação das classes sociais no Brasil. Boris Casoy expõe o que um setor da classe mais poderosa pensa das demais classes, todas elas as mais baixas, para eles. E precisamos pensar nisso, todos nós.

Porque se o Brasil representa a possibilidade de uma democracia racial, e, quem sabe ainda um dia, uma democracia social, esse pensamento do Boris precisa ser um pensamento minoritário e deslegitimado em nossa sociedade.

Precisamos deixar claro que o repudiamos, mesmo que compreendamos que ele existe. Precisamos afirmar, publicamente, que um gari, um motorista, um porteiro, mesmo que ocupando degraus mais baixos na escala salarial (e aqui estão mencionados um motorista e um porteiro porque dois representantes dessas categorias tiveram participações centrais em grandes eventos políticos recentes no Brasil) não são, nunca serão, o mais baixo na escala que importa, que é a escala da cidadania.

O pensamento elitista e discriminatório está entre nós, e isso é uma infeliz consequência da soma da nossa imperfeição com nosso passado escravocrata. Temos que admitir, temos que lutar contra. E o fazemos. Dos 361 comentários sobre o episódio Boris e os garis, que li em um portal, UM apenas defendia Boris, de alguma forma. De alguma maneira, a nossa cidadania foi ativada, e para o lado certo, nesse episódio triste.

Poderia ser pior. Outro jornalista igualmente de direita, igualmente poderoso, igualmente desconhecido em sua alma, nos mostrou a sua verdade de maneira muito pior, assassinando a sangue frio uma jovem que teve o azar de o repelir.

E assim como Boris Casoy parece escapar com apenas um pedido sem graça de desculpas, Pimenta Neves, assassino confesso está até hoje em liberdade e isso sim, é uma vergonha, das que doem em todos nós.

Boris Casoy falou o que muitos falam, mas teve contra si o fato de fazê-lo em público e ser um daqueles arautos da moralidade, com seu bordão ?Isso é uma vergonha?. Assim como bispos e bispas, esses arautos, frequentemente, são vítimas de sua própria inconsistência e da sua própria imoralidade, amplificada pela pureza que aparentam.

Nesse caso, ganhamos todos, até mesmo os garis, que seguramente estão até agora recebendo o apoio de todos os como eu, indignados com essa maldade gratuita. Eles não perderam nada e preservaram a sua dignidade. A eles, o meu aplauso, o meu pedido de que sigam sendo os mesmos e desejando felicidades a todos, mesmo os mais importantes.

É por aí que vamos ultrapassar esses preconceitos mais idióticos que ainda nos assolam, e é por aí que vamos equilibrar grandes atos, como a eleição de um presidente operário, com os pequenos atos que definem o nosso cotidiano.


Um aviso do Boteco do Valente pro senhor Boris Casoy:
QUEM FALA O QUE QUER ESCUTA O QUE NÃO QUER, SEU JUMENTO!!!

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