13 de junho de 2011

O Circo Acadêmico

Não consigo acreditar que possa existir um lugar tão contraditório quanto a faculdade “pública", o próprio nome é uma comédia.

Se tomarmos público como "bem comum" a todos de um mesmo país então o ensino superior no Brasil não é público, cadê o populacho da escola pública de ensino médio, que trabalha 40 horas por semana para viver e passa noites em claro fazendo os "deveres de casa" que os tios e tias da faculdade como uma pseudo-avaliação conteudista?

Esse populacho não existe mais! Ou o aluno vem direto da classe média, ou que mesmo trabalhando igual a um boi, todo dia, mas apenas por fazer parte de uma elite intelectualóide acaba por absorver toda uma cultura individualista e competitiva proposta pela própria estrutura acadêmica. Quem não agüenta, que fique pelo caminho ou simplesmente leve nas coxas as disciplinas, com professores medíocres e seus pactos de não compromisso que beiram o desrespeito. Porém o mais interessante disso tudo é a postura da base da pirâmide que sustenta o empreguinho público dessa galera. E0xiste em voga um discursinho de esquerda cor-de-rosa que defende com unhas e dentes esse modelo institucional de academia que temos hoje, não democrático, não popular e muito menos tem um respaldo social considerável, já que fazem e transmitem um tipo de ciência religiosa e dona da verdade absoluta, que só a própria academia tem o divino direito de mexer! E os "dorme-sujo" continuam passando fome debaixo das marquises.

A geração Fernandinho tem tanto medo ou tão pouca ousadia na hora de fazer política que a briga mais radical hoje é manter as coisas como estão, antes que piore! Privatizar nunca foi e nunca será a solução para o ensino público (e pra porra nenhuma!) no Brasil ou em qualquer lugar, porém a nossa capacidade de por em prática nossos discursos intelectualóides esbarra na incompetência e na vontade de formular críticas e propostas inteligentes para transformar o espaço acadêmico.

Podemos concluir então que alguém está mamando nessa teta? Alguém está ganhando com esse bando de molequinho de classe média na faculdade e com essa forma excludente que a academia se comparta? Seriam os nossos enroladores/pesquisadores/professores? Duvido muito! Mas essa lógica ajuda a manter os comportamentalismos propostos pelo meio acadêmico que são muito bem absorvidos por esse público alvo! O tesão de pesquisar está no status que a atividade confere, nunca poderíamos imaginar um operário pesquisador que trabalha 40 horas por semana.

Em uma faculdade pública de cunho popular os horários devem ser cumpridos, sem essa libertinagem do serviço estatal, os professores devem respeitar os alunos e sua vida difícil, o conhecimento produzido pelos alunos tem que ser levados em consideração e incentivados não pormenorizados como nos dias de hoje, os horários são apertados, a didática é pobre, a metodologia muitas vezes é porca e sem nenhuma interdisciplinaridade e agora essa putaria de Provão! Tá todo mundo abrindo as pernas mesmo! Querem o olho do forévis e ainda querem raspado!

Queremos professores que pesquisem para servir ao coletivo e não ao próprio ego, aulas de melhor qualidade e respeito pelo aluno! Essa merda eu não quero! O que era produção de conhecimento e geração de rupturas está se transformando em uma dura sentença de quatro anos até pegarmos o diploma para disputar e massacrar nossos "iguais" por uma merreca mensal nesses coleginhos e cursinhos da vida!

VIVER PARA PENSAR É FÁCIL, PENSAR VIVENDO É DESAFIO!

As aves que voam às vezes cagam...
...e o papagaio maroto se empoleira na sombra da ignorância alheia!
E viva a putaria!

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