29 de abril de 2011

O socialismo e o comunismo segundo o Boteco do Valente


“Se o século 20 provar alguma coisa, é a futilidade da política.”
(Peter Drucker, em Administrando em Tempos de Grandes Mudanças)

O pobre e o rico. Hoje esta é a divisão da sociedade. Uns desfrutam de todo o conforto, luxo, prazer. Outros do trabalho, fome e miséria. Será que ainda existe alguma solução para esses males?

A melhor maneira hoje de conseguirmos alcançar um estado de igualdade seria através de uma revolução socialista, esse seria um jeito rápido e eficiente de mudarmos a cara do Brasil.

Outro jeito de isso acontecer seria elegermos um presidente de esquerda, mas talvez, não fosse tão eficiente, já que estamos cansados de saber como agem nossos políticos.

Mas o que viria a acontecer com essa mudança?

A nacionalização dos bancos e indústrias, reforma agrária etc. E principalmente o fim da classe pobre e rica, todos teriam os mesmos direitos e rendas semelhantes. Ou seja, a palavra chave da sociedade seria igualdade. Qual a diferença entre o socialismo e o comunismo?

A diferença de destaque seria a presença do chefe de estado. O socialismo é a fase que antecede o comunismo. Ou seja, nunca existiu um país comunista, o máximo que atingimos foi o socialismo. Cuba, por exemplo, ao contrário do que alguns dizem, é um país socialista, pois existe a presença do chefe de estado Fidel Castro, como foi até quando o irmão dele, Raúl Castro, sentou a sua buzanfa na cadeira presidencial. No comunismo essa figura seria extinta, todos agiriam por conta própria.

Pode parecer sonho, mas não é. Isso é possível, basta termos força de vontade para irmos atrás do que queremos. Talvez estejamos longe de alcançar o comunismo, mas com a população tomando consciência, daríamos um largo passo para a realização de nossas fantasias e dos nossos direitos de igualdade.

Ainda bem que as pessoas estão desaprendendo. Estão construindo um novo aprendizado, onde as novas disciplinas agem à maneira da água que ocupa o vasilhame e gradualmente vai expulsando as bolhas de sabão. As pessoas estão aprendendo a deixar de serem bolhas –– frágeis, vazias. Querem ser resistentes e com conteúdos.

A história de países como o Brasil está cheia de exemplos de maus políticos e de políticos de maus exemplos. Esses políticos instauraram uma pedagogia criminosa: são mestres da educação para a passividade (dissimulada de paciência). Ensinam o medo (travestido de comodismo). A covardia, disfarçada de resignação.

É a política da exclusão do ser e da negação do ter: o político é descarado, mascarado ou mal-encarado (ou tudo isso junto); sua política, sem-vergonha, sem-caráter; seu povo, sem-terra, sem-teto, sem-renda, sem-educação, sem futuro, sem nada. Não são políticos que inspiram seu povo a libertar-se. São políticos que não adicionam valor –– embora subtraiam rendas. Não são políticos empreendedores. São políticos prendedores. De bem feito, só o malfeito. A matéria-prima de seu poder é a dependência, não a competência.

Disseram que em 1992 fomos “revolucionários”, levando um presidente ao impeachment. Mas o que ocorreu em 92 no Brasil foi obra de um povo dependente, e não de uma população competente. Dependência e competência, são, digamos, situações que se confirmam na história; e a história político-social do Brasil não está propriamente marcada por um povo competente, isto é, que tivesse consciência do que queria, que soubesse seu rumo e que tipo de líderes deveria facilitar-lhe a consecução de seus objetivos. Dependência e competência são mutuamente excludentes: pessoas competentes não são dependentes –– podem até estar juntas, mas não serão uma só e mesma coisa. Dependência é estado; competência, uma qualidade.

Por isso, em 1992 o que aconteceu foi uma revolta, não uma revolução. Foi uma abençoada revolta, uma santa indignação. A revolta muda as pessoas do poder. A revolução muda o poder das pessoas –– mostra às pessoas que elas são o poder. O movimento de 1992 foi feito por revoltados, não por revolucionários. O revolucionário preexiste à revolução. Uma revolução inicia-se pelo nível da consciência. Uma revolta, pelo nível da emoção. O que se inicia pela consciência fortalece a emoção; o que começa pela emoção, fragiliza a consciência. O revolucionário tem consciência da necessidade. O revoltado tem necessidade da consciência.

Agora em outubro, entretanto, os brasileiros têm novamente a oportunidade de promover, esta sim, a verdadeira revolução: a que se deflagra a partir da consciência da necessidade de uma ação hoje para a transformação do amanhã, a partir da correta escolha de prefeitos hoje. Futuro é referência. Ele nunca existirá, exceto como comparação entre dois passados: o passado que é, e o passado que será. Quando digo que a sociedade brasileira de amanhã será melhor, estou apenas me permitindo inferências (que cremos corretas) lastradas no cotejamento de passados de agora e de outrora.

Portanto, futuro é dia-a-dia. É cavucar e cavoucar, ou seja, trabalhar muito e abrir alicerces. E o mais sólido alicerce de uma sociedade é um povo informado, consciente, crítico, participativo, educado. A educação asseia um povo, física, mental e moralmente. E isso fica menos difícil quando os governantes optarem, por exemplo, por edificar professores, e não prédios: melhores salários, maior assistência, contínua reciclagem, currículos honestos, que busque o ser e lhe repasse os valores sobre os quais se forma a consciência crítica e com a qual se conquista –– e se exercita –– a cidadania.

Mais uma vez o povo pode mudar seu País, a partir do município. Bauru, São Paulo ,bem como todo o  Brasil, são  dos que a eles amam, e não dos que neles mamam. Estes bandos de aves de rapina com garganta de tubarão, que não são muitos,  têm de ter o bico cortado a golpes de facão  e serem condenados a passarem as suas vidas inteiras erguendo casas populares debaixo de surras de relho na periferia: um país, afinal, é uma res publica, não uma cosa nostra como essa cambada de canalhas pensa!

Viva, Bauru! Viva, Brasil!

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