20 de maio de 2010

CRACK – PESTE URBANA

O crack virou uma verdadeira peste em nossa cidade. Assim como outras doenças difíceis de controlar, a dependência por esse tipo de droga, feita a partir da mistura de cocaína com bicarbonato de sódio, está causando pânico a uma parcela da sociedade e destruindo emocional e financeiramente muitas famílias. Cada pedra queimada serve de combustível para alimentar a engrenagem que movimenta a criminalidade. Especialmente por causa dele, os furtos, roubos, assalto às residências e até mesmo os homicídios tornaram-se mais comuns no cotidiano dos bauruenses, em particular, e dos brasileiros, em geral.

Os trocados que cada usuário consegue, seja por meio do crime ou vendendo o que tem dentro de casa, são usados para saciar o vício e inchar os cofres do crime organizado. Como conseqüência, estimula o tráfico e a violência urbana , virando uma fábrica não apenas de desespero, mas também de ilusões. A começar pelo preço da pedra. Vendida a R$ 5,00, aproximadamente, ela parece ser de baixo custo. Mas se o efeito da droga é quase instantâneo e avassalador também o é fugaz. Por ter curta duração (cerca de 30 minutos), quando o efeito passa, o usuário procura por uma nova pedra. E uma é consumida atrás da outra. No fim das contas e do consumo, o saldo é elevado. E quase nunca se tem dinheiro o suficiente para saciar o desejo. O dependente se vê impelido ao crime como saída para suas crises de abstinência.

Segundo a secretária Darlene Tendolo, da Secretaria Municipal do Bem-Estar Social (Sebes), somente no primeiro trimestre deste ano, 155 pessoas procuraram espontaneamente por tratamento contra o vício. De acordo com ela, o número aumenta a cada ano. Da nossa parte não se trata de uma discussão moral como fazem tanta ONGs ou Igrejas. É uma posição política, daqueles que luta pelo fim exploração e opressão capitalista sobre a juventude e os trabalhadores.

Secretária Darlene, só preste atenção no que eu tenho pra te dizer: pra resolver essa parada, é preciso ir bem fundo na raiz do lugar ocupado pelas drogas em nossa época. Por isso não é uma discussão simples. É assunto que levanta muita polêmica, dá um tremendo fuzuê e por isso não podemos nos furtar.

Você mesma, bem como todo mundo, tem uma idéia do significado da palavra droga. Na linguagem comum droga tem um significado de coisa ruim, sem qualidade ("Ai, mas que droga" ou "logo agora, droga”). Já na linguagem médica, droga se define como: “qualquer substância que é capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento”. Mas nesse debate trata-se de compreender o papel político e social causado pelas drogas no capitalismo. Entenda que não se trata de uma discussão moralista contra as drogas, e sim de defesa da classe trabalhadora e da juventude, frente a um instrumento de degeneração e destruição de sua capacidade de organização e luta.

E cada vez que alguém fuma um baseadinho ou detona uma carreira de cocaína no nariz, por exemplo, está participando,quer queira, quer não, de um forte jogo econômico internacional. E desta maneira estaremos sustentando as forças que mantêm a destruição dos jovens. A droga é um instrumento de dominação se alimentando das políticas de destruição dos serviços públicos e da negação dos direitos sociais. Quando isso ocorre, o trafico se instala. Hoje, entre aqueles que defendem a liberalização das drogas estão George Soros, mega especulador internacional, Milton Friedman, um dos principais idealizadores da política de ajuste estrutural e dos planos de privatizações entre tantos inimigos da classe trabalhadora e da juventude.

Nunca houve nas ruas de Bauru tantas drogas - nem tão baratas (nem tão adulteradas) - como durante este última década. Cerca de 51% dos estudantes do ensino básico já consumiram drogas legalizadas como o álcool e a média de idade do ingresso das crianças no narcotráfico caiu de 15-16 anos nos anos 1990 para 12-13 nos anos 2000.

O Brasil é considerado um “mercado de expansão do tráfico” e, na região conhecida como “polígono da maconha” no nordeste, agricultores deixam de produzir alimentos como melancia, melão, tomate e cebola que poderiam ajudar a acabar com a fome no Brasil, para se plantar drogas. No interior de São Paulo, na região de Ribeirão Preto, a pesquisadora Maria Lucia Ribeiro apontou como o crack tornou-se a droga dos trabalhadores nos canaviais como forma de se aliviar da exploração no trabalho e de se aumenta o seu rendimento. E é nesse ponto (destruição social) que percebemos o quão é grande a presença do narcotráfico. Ela afirma: "O crack aparece nas situações degradantes para o ser humano, como entre os moradores de rua. Nos canaviais, a droga volta a surgir como algo para enfrentar o insuportável".

Uma recente pesquisa da Organização Internacional do Trabalho revela que cerca de 88 milhões de jovens (15 a 24 anos) estão sem emprego. A ofensiva para a redução do custo do trabalho significa um aumento da economia informal traduzindo-se no aumento do subemprego. No Brasil, o desemprego de 3,5 milhões de jovens com idades entre 16 e 24 anos. A juventude bauruense quer trabalhar, mas faltam oportunidades, e empregos decentes.

O que resulta nas atividades informais, estágios precários, trabalhos (muitas vezes terceirizados perdendo assim todo direito aos benefícios da carteira assinada) exaustivos nos telemarketings que pagam péssimos salários e nenhuma perspectiva de avanço profissional e social. Nas periferias e morros brasileiros a realidade é de falta de escolas com qualidade, postos de saúde que não funcionam, falta de emprego e um combate cotidiano entre a polícia repressora (principal órgão do Estado intervindo nos morros cariocas) e os traficantes.

Muitos jovens têm como única saída ir trabalhar no tráfico, que é o programa de primeiro emprego de quem mora na periferia. Sabemos que nenhuma mercadoria garante uma grande “rentabilidade” do que a droga, cuja conseqüência é a dependência química, a escravidão do jovem pelo “bagulho”. E é ai que brota a também a evasão escolar, a marginalização e o pretexto para os massacres policiais contra a juventude. É nessa falta de perspectiva da juventude, na falta de emprego, escola, saúde e lazer que o tráfico de drogas se mantêm.


Você, tanto como secretária da Sebes, quanto como militante do PC do B, bem como o vereador Roque Ferreira, tanto como vereador, quanto como militante da Esquerda Marxista (PT), conscientes do papel social e político da droga, sabem (a não ser que eu esteja mentindo aqui) que não podemos fazer apologia do consumo de drogas e muito menos defender sualegalização, quer seja “total” ou “controlada”.Sabe qual a minha posição sobre as drogas? Em primeiro lugar a falta de perspectiva da juventude, sem emprego, escola, saúde, lazer, é a base social que se apóia o tráfico de drogas. O "primeiro emprego" de muitos jovens nas periferias é o tráfico de drogas. Nenhuma mercadoria no mundo garante tanta "rentabilidade" do que a droga cujo efeito direto é a destruição da força de trabalho e das forças produtivas. Cerca de 80% das receitas do tráfico são lavadas no sistema financeiro internacional (há cerca de 40 paraísos fiscais no mundo), os 20% são repatriados aos países produtores e, são divididos entre os traficantes que, fazem o papel de "gerentes".

Na Colômbia, Bolívia, Peru, Índia, etc, a destruição da economia local com a queda do preço dos produtos agrícolas, "estimuladas" pela abertura do mercado às multinacionais -política ditada pelo FMI- contribuiu para a proliferação da produção de drogas . O tráfico de drogas é o grande negócio no capitalismo hoje que, com a proteção do sistema financeiro internacional (que precisa do dinheiro sujo) via sigilo bancário, faz com que seja impossível saber a origem dos capitais. No México após o Nafta, o dinheiro da lavagem do tráfico serviu para comprar/privatizar empresas estatais!

Mas, e a legalização? Não existe "Estado-paralelo", o tráfico de drogas é o resultado da desregulamentação / privatização do próprio Estado, pois basta observar as relações entre o tráfico e o sistema judiciário, a polícia, os políticos, os governos, etc. Sob o pretexto de "legalização" das drogas a única coisa que será "legalizada" será o próprio tráfico, afinal interessa para o sistema financeiro "controlar" o montante de capitais mesmo que se faça sob a base da destruição das forças produtivas -a principal delas o homem-. A legalização não acabará com as máfias, pois o tráfico de drogas mantém relação com o tráfico de armas, de metais, órgãos humanos, etc. O outro lado da moeda é o pretexto da intervenção militar norte-americana para "combater o narcotráfico". No caso do "Plano Colômbia" os EUA anunciaram 1,6 bilhão de dólares para o país mas que, na verdade, esse dinheiro nem sairá do governo dos EUA, sairá das empresas armamentistas, que por sua vez demonstram a total ligação entre o tráfico de drogas e o tráfico de armas. Em primeiro lugar a falta de perspectiva da juventude, sem emprego, escola, saúde, lazer, é a base social que se apóia o tráfico de drogas. O "primeiro emprego" de muitos jovens nas periferias é o tráfico de drogas.

Nenhuma mercadoria no mundo garante tanta "rentabilidade" do que a droga cujo efeito direto é a destruição da força de trabalho e das forças produtivas. Cerca de 80% das receitas do tráfico são lavadas no sistema financeiro internacional (há cerca de 40 paraísos fiscais no mundo), os 20% são repatriados aos países produtores e, são divididos entre os traficantes que, fazem o papel de "gerentes". Na Colômbia, Bolívia, Peru, Índia, etc, a destruição da economia local com a queda do preço dos produtos agrícolas, "estimuladas" pela abertura do mercado às multinacionais -política ditada pelo FMI- contribuiu para a proliferação da produção de drogas O tráfico de drogas é o grande negócio no capitalismo hoje que, com a proteção do sistema financeiro internacional (que precisa do dinheiro sujo) via sigilo bancário, faz com que seja impossível saber a origem dos capitais. No México após o Nafta, o dinheiro da lavagem do tráfico serviu para comprar/privatizar empresas estatais!

Mas, e a legalização? Não existe isso de "Estado-paralelo", o tráfico de drogas é o resultado da desregulamentação / privatização do próprio Estado, pois basta observar as relações entre o tráfico e o sistema judiciário, a polícia, os políticos, os governos, etc. Sob o pretexto de "legalização" das drogas a única coisa que será "legalizada" será o próprio tráfico, afinal interessa para o sistema financeiro "controlar" o montante de capitais mesmo que se faça sob a base da destruição das forças produtivas -a principal delas o homem -. A legalização não acabará com as máfias, pois o tráfico de drogas mantém relação com o tráfico de armas, de metais, órgãos humanos, etc. O outro lado da moeda é o pretexto da intervenção militar norte-americana para "combater o narcotráfico". No caso do "Plano Colômbia" os EUA anunciaram 1,6 bilhão de dólares para o país mas que, na verdade, esse dinheiro nem saiu do governo dos EUA, saiu foi das empresas armamentistas, que por sua vez demonstram a total ligação entre o tráfico de drogas e o tráfico de armas. Reafirmo aqui, e num tom bem sério,que a solução para a questão das drogas não é de forma alguma o aumento da repressão policial. A repressão se dá contra os jovens da periferia por serem pobres, negros, etc. Jovens ricos usuários e mesmo traficantes dificilmente são presos. Se o aumento da repressão não é a solução, a "descriminalização" também não é a solução, pois na prática fará com que o uso de drogas deixe de ser considerado crime. Com isso o tráfico terá maiores possibilidades de proliferação, gerando ainda mais lucros aos capitalistas.

Um traficante pode por exemplo distribuir pequenas quantidades de cocaína para várias pessoas venderem, quantidades consideradas de "consumo", logo legais. Trata-se da mesma política que, implementada em Portugal, Holanda e Espanha aumentaram o tráfico e os lucros dos "narco-capitalistas" para a questão das drogas não é de forma alguma o aumento da repressão policial. Lembramos ainda que a repressão que existe é determinada pelo caráter burguês e racista da polícia, sem contar que a polícia muitas vezes ajuda e é ajudada pelo tráfico. A repressão se dá contra os jovens da periferia por serem pobres, negros, etc. Jovens ricos usuários e mesmo traficantes dificilmente são presos. Se o aumento da repressão não é a solução, a "descriminalização" também não é a solução, pois na prática fará com que o uso de drogas deixe de ser considerado crime. Com isso o tráfico terá maiores possibilidades de proliferação, gerando ainda mais lucros aos capitalistas.
Um traficante pode, por exemplo, distribuir pequenas quantidades de cocaína para várias pessoas em algum bairro periférico de Bauru venderem, quantidades consideradas de "consumo", logo legais. Trata-se da mesma política que, implementada em Portugal, Holanda e Espanha aumentaram o tráfico e os lucros dos "narcocapitalistas". Por essas e outras razôes eu sou radicalmente contra as drogas, instrumento do imperialismo para se destruir materialmente e fisicamente a classe trabalhadora e da juventude.

Secretária Darlene e Vereador Roque, isso que falo aqui não é nem uma questão simplesmente de moral. Inclusive, porque desde que nos conhecemos por gente, está na cara que as drogas têm um papel claramente contra-revolucionário, são um instrumento da ominação dos poderosos a serviço de sua política de destruição, de desmantelamento dos serviços sociais, da manutenção do regime de exploração. Esta política é parte da defesa que faço da classe operária e, portanto da força de trabalho, contra sua destruição. Nossa posição tanto minha quanto sua, (e do vereador Roque também) face às drogas tem que ser bem curta e grossa: “Drogas nem a pau, porque a juventude quer educação, emprego, esporte, diversão e arte!”

Um comentário:

Rodrigo Nagem de Aragão disse...
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