21 de maio de 2010

Mercado de Trabalho no Brasil: Racismo e Machismo

O senso-comum (leia-se unanimidade burra!) em nosso país teima em afirmar que não existe nos dias atuais, por exemplo, discriminação de gênero e discriminação étnico-racial. A observação da realidade e a ciência refutam, cada vez mais, esta teoria. O mercado de trabalho reproduz de maneira fiel as estruturas básicas de discriminação sustentadas pelo capitalismo. Tomando como grupo padrão de análise os homens brancos, Sergei Suarez, da Diretoria de Estudos Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), coordenou estudo* que comparou a este grupo, mulheres brancas, mulheres negras e homens negros. Todos os resultados, de maneira não surpreendente, atestam a presença de discriminação de gênero e étnico-racial no mercado de trabalho brasileiro.

Comparados aos rendimentos dos homens brancos, as mulheres brancas recebem cerca de 21% a menos, os homens negros cerca de 34% a menos e as mulheres negras chegam a receber cerca de 60% a menos. “É um preço muito alto a pagar pela cor da pele e a posse de um útero! A minha interpretação do perfil de discriminação contra mulheres é que existe um acordo tácito no mercado de trabalho de que as mulheres, mesmo exercendo tanto quanto os homens funções qualificadas, precisam ou merecem ganhar menos. Já os homens negros sofrem com a discriminação na hora do contracheque. O preço da cor é pagamento pela discriminação sofrida durante os anos formativos, é na escola que o futuro dos negros é selado”, afirmou Suarez.

O Brasil convive hoje com um fosso salarial maior que a média mundial. As mulheres recebem, em média, cerca de 38,5% menos que os homens, sendo de 22% a média mundial de diferenciação. As brasileiras que possuem nível superior recebem cerca de 40% a menos que os homens de mesmo grau de formação. Dados do IPEA de 2007 apontam que a previsão de equiparação salarial entre mulheres e homens é de 87 anos. Não se pode precisar quando haverá equiparação entre negros e brancos, pois os índices estão estabilizados há anos.

A necessidade de superação do sistema capitalista e a instauração de algo novo, avançado e que tenha como base fundamental a distribuição justa das riquezas produzidas pela classe trabalhadora está, mais do que nunca, na pauta do dia. O socialismo é o primeiro passo para a destruição das desigualdades, discriminação e opressão. A luta pela destruição do capitalismo é o início da batalha final contra o machismo, o racismo e a pobreza.



* Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Pesquisa IPEA Dezembro de 2000, SergeiSoares Suarez

Um comentário:

Anônimo disse...
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