23 de março de 2011

Legalização das drogas não é a saída!

Conhecido por seu governo a serviço da privatização e ataques aos direitos dos trabalhadores (ou seja, duas gestões recheadas de cagadas), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (sempre ele, mais uma vez) defendeu no jornal Valor Econômico, no dia 18 de janeiro, que “a guerra às drogas fracassou", e a solução para o problema é a legalização. Para o bonitinho aí, Portugal e Suíça são exemplos de legalização, por terem supostamente diminuído o consumo e a criminalidade, e não há como lutar contra uma “mercadoria”(conta outra, parceiro!) usada desde sempre pela humanidade (de que humanidade Vossa Senhoria está falando, hein,cara-pálida?)  .

É preciso questionar: por que FHC, inimigo dos jovens e dos trabalhadores, vem agora com esse caô de  levantar a defesa da legalização? Em nome de quais interesses?Com certeza, não é para garantir o futuro da juventude brasileira, ameaçado pelas drogas.

Desmitificar os falsos mitos

Em seu discurso, FHC tá é mocozando que o principal motivo que leva o jovem ao mundo das drogas é a ausência de perspectivas: a falta de empregos, a destruição dos serviços públicos como a Educação, as condições precárias de vida em geral. A legalização não resolve nada disso.

Em Portugal, de 2001 até 2009, o número de usuários de maconha cresceu 11,7%, assim como os de outras drogas. O número de mortes relacionadas a drogas cresceu em 33% e o número de suicídios dobrou após a legalização, mostrando a relação clara entre as drogas e a depressão.  Na Suiça, a legalização foi imposta a população: o povo havia votado contra a legalização em 2008 num plebiscito, e mesmo assim o governo manteve a proposta, votada somente por parlamentares.

Um artigo de 17 de outubro de 2010 publicado na Folha de S.Paulo demonstra como o tráfico se fortaleceu na Holanda. “A equação que levou à tolerância mudou à medida em que a criminalidade tornou-se mais visível. Em especial, a ausência de meios legais para as coffee shops comprarem a maconha chamou a atenção para os vínculos com o crime organizado”. Sem contar que o THC (principio ativo maconha) subiu sua concentração de 4%, para 33%!

A legalização não resolverá o problema das crackolândias, e não responde à pergunta de um professor da rede pública de ensino: “Quantos programas uma prostituta deve fazer para pagar o crack do seu cafetão?” (O Estado de S.Paulo, 18/02) . Já para o necessário tratamento dos dependentes químicos, não é preciso de legalização, mas sim de um sistema público de saúde qualidade!

E lá vai guerra atrás de guerra...

A história nos mostra que a sociedade em que os índios usavam drogas, para rituais religiosos, é muito diferente da sociedade de hoje. Hoje, as drogas não são para uso ritualístico de pessoas vivendo na floresta. São mercadorias, cujo cadeia produtiva quer o mais amplo consumo. A droga não é mais um artifício religioso, e sim uma mercadoria especial... pela sua capacidade de viciar!

A luta pelo controle do mercado das drogas é parte dos conflitos na arena mundial. Está ligada a guerra nos países produtores e na violência do crime organizado nos países consumidores.  O “Plano Colômbia” é um exemplo. A decisão de “ajuda militar” dos EUA ao governo da Colômbia com a instalação de bases estadunidenses na América do Sul em nada diminuiu o tráfico. A justificativa da “guerra às drogas”, na verdade, era apenas a cortina de fumaça para ameaçar os processos revolucionários em curso na Venezuela, Bolívia e Equador. A aplicação do “Plano Colômbia” não reduziu o tráfico de drogas, ao contrário, o fez aumentar, isso tá todo mundo careca de saber! 

Na ex-Iugoslávia, desmanatelada pela intervenção da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) nos anos 1990, o crime organizado passou a ocupar um novo lugar na circulação de drogas para todo o mercado europeu. Após a ocupação militar do Afeganistão e a imposição de um governo fantoche de Karzai, o território afegão voltou a ocupar seu lugar como produtor de ópio, e hoje fornece 90% da heroína consumida ilegalmente no mundo. Estes são alguns exemplos de como a economia da droga é usada para sustentar o imperialismo.

A droga contra a organização dos trabalhadores e da juventude

Militante negro estadunidense, preso no corredor da morte, Mumia Abu-Jamal afirma que “a maconha, a cocaína, o LSD e a heroína... foram usadas para destruir a população negra dos EUA”. É só lembrarmos da desarticulação do Partido dos Panteras Negras, através de uma operação da Máfia ligada aos traficantes com a CIA, que implantou drogas entre os militantes da organização.

Assim é possível entender a posição desse pamonha do  Fernando Henrique. Após a derrota no Plebiscito pela legalização na Califórnia, a ONG financiada por George Soros, Norml, chegou ao Brasil para propagandear as “beneficies” da legalização. É inaceitável o Ministro da Justiça José Eduardo Cardoso levantar essa mesma bandeira (tem algum otário aqui???).

A galera, pricipalmente a da periferia, não precisa de drogas. O que é preciso é garantir emprego com direitos, reduzir a jornada de trabalho para as pessoas terem tempo para o descanso e lazer, garantir educação e saúde públicas de qualidade, o acesso à cultura e espaços públicos de lazer e esporte, e fazer a reforma agrária para dar terra para quem nela trabalha!

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