15 de agosto de 2011

Parque Real: uma idéia que deu certo

Nesta quinta-feira 17/02/2011, 34 famílias deixaram a favela do Parque Real para, enfim, começarem a viver em de forma digna: com água e esgoto encanados, luz, paredes de tijolos e, principalmente, sem risco de perder móveis ou vidas em enchentes. São pessoas que moraram durante muito tempo em uma das áreas mapeadas pela Prefeitura de Bauru como sendo de risco. Quando chove, é para lá que ia a água das enxurradas. Havia ainda o risco de erosão, já que as casas ficavam muito próximas a barrancos.

Apesar de viver no local há 12 anos, a dona-de-casa Adriana Regina Solano, 35, está esperançosa. Ela lamenta por tudo que construiu ali, mas reconhece que a mudança trará benefícios a ela e seus 7 filhos. Finalmente vou ter um quarto para mim e para o meu marido”, comemora.

As novas casas ficam próximas à atual moradia da família. Foram construídas no Parque Santa Cândida. As obras tiveram início em 2009 e contaram com dinheiro da prefeitura e do Fundo Nacional de Interesse Social (FINIS).

São casas de um, dois ou três quartos. A distribuição das famílias aconteceu de acordo com as necessidades de cada uma (famílias com mais filhos fiocaram com casas de 3 quartos) e por questões de afinidade entre vizinhos. Para auxiliar nas decisões e acompanhar o andamento das obras, a Fundação Toledo (Fundato), que realiza a parte social do projeto, formou uma Comissão composta por moradores. A prefeitura, por meio das secretarias, vai prestar o auxílio necessário no dia da mudança: serão disponibilizados caminhões, creches para as crianças pequenas e kits com produtos de limpeza.

As moradias irregulares ficam em uma área verde. Todas as casas serão derrubadas, o lugar será arborizado e receberá uma praça, onde Adriana pretende passear quando tudo estiver pronto. “Mas não quero ver eles derrubando as casas”, diz, já com um pouco de saudades do lugar onde passou 12 anos.

No Parque Santa Cândida foram construídas 34 casas. O valor final das obras é de R$1.356.475,17. O valor mensal a ser pago por cada família varia de acordo com o tamanho da casa: nas de 3 quartos, o valor é R$50; dois quartos, R$ 45 e um quarto R$40; durante 10 anos. Ou seja, cada família pagará no máximo R$6 mil.

Além da remoção das famílias, a Prefeitura Municipal, por meio da Fundato e da Secretaria do Bem Estar Social (SEBES), vem realizando desde julho de 2010 um trabalho de suporte técnico-social juntos aos moradores da favela do Parque Real. “Mais do que a mudança, buscamos emancipação social. A intenção é não só mudar para a nova casa, mas mudar a condição de vida dessas pessoas”, explica Aline Carolina Bassoli Barbosa, psicóloga da Fundato.

O trabalho consiste, atualmente, em reuniões semanais com os moradores, para esclarecimentos sobre as novas condições que eles passarão a enfrentar, com relação, por exemplo, ao pagamentos de contas e taxas, como IPTU. “Muitos deles não têm despesas com água, por exemplo. Eles estão gradualmente tomando essa consciência”, explica Aline.

Após a mudança, serão oferecidos cursos de geração de trabalho e renda, para que eles possam se inserir no mercado de trabalho. O atendimento técnico-social da Fundato tem a duração de 21 meses. Além da psicóloga, uma assistente social e uma auxiliar de serviços gerais prestam serviços aos moradores.
 
“Tem sido um trabalho muito positivo desde o início. Contamos com esse apoio técnico-social para dar todas as garantias a essa população”, afirmou Rodrigo Said, secretário de planejamento, que acompanha o desenvolvimento do projeto. Além da Seplan e da Sebes, estão envolvidos no projeto: Emdurb, Secretaria de Educação, Secretaria de Saúde, Secretaria de Obras, Secretaria do Meio Ambiente, Secretaria de Administrações Regionais e Gabinete. O Boteco do Valente parabeniza a todos os envolvidos no trabalho e deseja vida longa, saúde, e o mais importante, muitas felicidades a todas as famílias em seus novos lares!

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