12 de agosto de 2011

Por Onde Começar? (V.I. Lenin)

“O que fazer?”: está é a pergunta que os socialdemocratas russos formularam par si durante os últimos anos. Não se trata de escolher o caminho a seguir (como ocorreu no final dos 1880 e início da década de 90), e sim de saber quais passos práticos devemos dar por um caminho conhecido e como dar estes passos. Trata-se de um sistema e de um plano de atividade prática. E devemos reconhecer que este problema sobre o caráter da luta e de seus métodos, fundamental para um partido de ação, segue sem ser resolvido e suscita sempre em sérias divergências que revelam uma lamentável instabilidade e vacilo do pensamento. Por um lado, ainda está muito longe de acontecer a morte da tendência “economicista” , que procura travar e restringir o trabalho de organização e de agitação políticas. Por outro, segue prosperando a tendência do ecleticismo sem princípios, que se adapta a cada nova “moda”, sem saber distinguir entre as demandas do momento e as tarefas fundamentais e necessidades constantes do movimento em seu conjunto. É sabido que esta tendência tem atuado no Robóchee Delo . Sua última declaração “programática” – um bombástico artigo intitulado de maneira também bombástica, “Virada Histórica” (num. 6 da Lstok “Rabóchego Dela ) – confirma com evidência singular a definição que acabamos de fazer. Anteriormente, cortejavam com o “economicismo”, indignavam-se porque se criticava duramente a Robóchaya Misl e “suavizam” a forma com que Plejánov colocava o problema da luta contra a autocracia. Hoje citam as palavras de Liebknecht: “ se as circunstâncias mudam 24 horas, há que mudar de tática também em 24 horas”; já falam de “uma forte organização combativa” para o ataque direto, para o assalto contra a autocracia, de “uma ampla agitação política revolucionária (repare com que energia dizem: e política e revolucionária) entre as massas”, de “um constante chamado para protestar na rua”, de “organizar manifestação nas ruas de caráter explicitamente político”, etc, etc.

Poderíamos, talvez, expressar nossa satisfação pelo fato de que Robóchee Delo assimilou com tanta rapidez o programa que formulamos já no primeiro número do Iskra : formar um partido forte e organizado que objetiva não somente a arrancar concessões isoladas, como também conquistar a própria fortaleza da autocracia. Mas a falta de firmeza nos pontos de vista de quem tem assimilado atualmente o nosso feito, coloca abaixo esta satisfação.

Por suposto, Robóchee Delo invoca em vão o nome de Liebknecht. Em 24 horas se pode mudar de tática na agitação em relação a algum problema especifico, pode-se mudar de tática na realização de algum detalhe da organização do partido; mas mudar, não falando em 24 horas, o destino dentro de 24 meses acerca do critério a se fazer, falta em geral, sempre em absoluto, uma organização combativa e uma agitação política entre as massas, algo que somente pessoas (sem?) princípios podem fazer. È ridículo falar de situação distinta, de alteração de períodos: trabalhar para criar uma organização combativa e fazer agitação política é obrigatório em todas as circunstancias “monótonas e pacíficas”, em qualquer período de “decadência do espírito revolucionário”. E mais: justamente em tais circunstâncias e em tais períodos é necessário de uma maneira especial este trabalho indicado, pois nos momentos explosivos e bombásticos já é tarde para criar uma organização; a organização deve estar preparada para expandir imediatamente sua atividade. “Mudar de tática em 24 horas!”. Mas para mudar de tática há que começar por ter uma tática, e se não existir uma organização forte, com experiência de luta política em qualquer situação e em qualquer período, não se pode nem falar de um plano sistemático de atividade baseado em princípios firmes e aplicado rigorosamente, de um único plano que merece nome de tática. Precisemos um fato: se já dizem que “o momento histórico” tem colocado frente a nosso Partido um problema “absolutamente novo”, o problema do terrorismo. Faz pouco tempo, era “absolutamente novo” o problema da agitação e da organização políticas, agora, o do terrorismo. Não é estranho escutar como falam de uma mudança radical de tática, pessoas que renegam até mesmo seu parentesco?

Por sorte, Robóchee Delo não tem razão. O problema do terrorismo não tem nada de novo, e nos bastará recordar brevemente as opiniões, já determinadas, da sociademocracia russa.

Em principio, jamais temos renunciado nem podemos renunciar ao terror. O terror é uma ação militar que pode ser útil e até indispensável em certo momento da batalha, em certo estado das forças e em certas condições. Mas a essência da questão está precisamente em que o terror se apresenta atualmente não como uma operação de um exercito em campanha, como uma operação ligada de maneira estreita a todo o sistema de luta e coordenada com ele, e sim como um meio de agressão individual, independente e isolado de todo exército. E o terror não pode ser outra coisa quando falta uma organização revolucionária central e são débeis as locais. Por isso afirmamos categoricamente que tal meio de luta nas circunstâncias atuais não são oportuno e nem adequado; que afasta os militantes mais ativos de sua verdadeira função, mais importante deste ponto de vista dos interesses de todo o movimento; que não desorganiza as forças governamentais, e sim as revolucionárias. Recordem os últimos sucessos: diante de nossos próprios olhos, grandes massas de operários e da “plebe” das cidades ardem em desejo de se lançarem à luta, mas ocorre que os revolucionários carecem de um Estado Chefe de dirigentes e de organizadores. Nessas condições, o passo dos revolucionários mais enérgicos em direção ao terror não colocam em risco os únicos destacamentos de combate em que se podem depositar esperanças sérias? Não implica em perigo de rompimento entre o laço de união entre as organizações revolucionárias e as massas descontentes e dispersas, que protestam e estão dispostas a lutar, mas que são débeis precisamente na causa de sua dispersão? Porque não deve se esquecer que este laço de união é a única garantia de nosso exército. Estamos muito longe de pensar que se deve negar todo valor a heróicos golpes isolados, mas é nosso dever prevenir com toda energia contra o afeto ao terror, contra sua concepção como meio principal e fundamental da luta, coisa a que tanto se inclinam muitos no momento atual. O terror jamais será uma ação militar de caráter ordinário: no melhor dos casos, somente é utilizado como um dos meios que se empregam no assalto decisivo. Convém perguntar: podemos, no momento atual, chamar para este assalto decisivo? Robóchee Delo, ao que parece, avalia que sim. Pelo menos exclama: “Formar em colunas de assalto!”. Mas também, isso é empenho fora da realidade. A receita principal de nossas forças de combate compõem-se de voluntários e de insurretos. Somente temos uns poucos destacamentos pequenos de exercito regular, e além disso sem mobilizar e sem ligação, que não sabem ainda formar colunas militares em general, e menos ainda em colunas de assalto. Nesta situação, tudo o que for capaz de observar nas condições gerais de nossa luta, sem isola-las em cada virada do desenvolvimento histórico dos acontecimentos, deve vir com claridade que nossa consigna no momento atual não pode ser “lançar ao assalto”, e sim “organizar devidamente o cerco da fortaleza inimiga”. Dito em outros termos: a tarefa imediata de nosso Partido não pode consistir em chamar a todas as forças existentes a atacar agora mesmo, e sim em induzir a formar uma organização revolucionária capaz de unir todas as forças e de dirigir o movimento não somente nominalmente, mas na realidade, quer dizer, capaz de estar sempre disposta a apoiar todo protesto e toda explosão, aproveitando-as para multiplicar e reforçar os efeitos que possam ser utilizado no combate decisivo.

Os ensinamentos dos sucessos de fevereiro e março são tão impressionantes que apenas agora se pode encontrar objeções de principio contra esta conclusão. Mas o que se exige de nós no momento atual é que resolvamos o problema de uma maneira prática, e não em princípio. Não só devemos compreender qual organização necessitamos e para que serve; temos também que traçar um plano concreto desta organização, a fim de que se possa empreender sua criação em todos os aspectos. Dada a urgência e importância do assunto, decidimos, de nossa parte, a reduzir a consideração dos camaradas ao esboço de um plano que desenvolveremos com mais detalhe em um folheto posterior .

A nosso juízo, o ponto de partida de nossa atividade, o primeiro passo prático para a criação da organização desejada e, por ultimo, o fio fundamental a que poderíamos nos agarrar para desenvolver, aprofundar e ampliar incessantemente esta organização deve ser a fundação de um jornal político para toda a Rússia. Necessitamos, antes de tudo, de um jornal. Sem ele será impossível expandir de modo sistemático uma propaganda e uma agitação que se mantenha com firmeza aos princípios e abarque todos os aspectos. Esta tarefa, constante e fundamental, em geral, da socialdemocracia, é singularmente vital nestes momentos, nos quais o interesse pele política e pelos problemas do socialismo se tem despertado nos mais vastos setores da população. Nunca se sentiu tanto como agora a necessidade de completar a agitação dispersa, efetuada por meio da influencia pessoal, de pétalas locais, folhetos, etc, com a agitação regular e geral, que somente pode ser feita através de um jornal. Não será exagerado dizer que o grau de freqüência e regularidade com que se publica (e difunde) um jornal pode ser a medida mais exata da seriedade com que está organizada este ramo da nossa atividade combativa, a mais primordial e urgente. Além disso, necessitamos de um jornal destinado precisamente a toda Rússia. Se não sabemos unir nossa influência no povo e no Governo por meio da palavra impressa, e enquanto não alcançamos a descoberta, será utópico pensar em unir outras formas de influencia mais complexas, mais difíceis, mas, por outro lado, mais decisivas. Nosso movimento, tanto no sentido ideológico como no sentido prático, de organização, adoece mais que nada de dispersão, de que a imensa maioria dos socialdemocratas estão absorvidos quase totalmente por um trabalho puramente local, que limita seus horizontes, o alcance de sua atividade e sua atitude e preparação para a clandestinidade. Exatamente nesta dispersão devem se buscar as raízes mais profundas da instabilidade e das vacilações de que temos falado mais acima. E o primeiro passo para eliminar esta deficiência, para transformar os diversos movimentos locais em um só movimento de toda Rússia, deve ser a publicação de um jornal para toda a Rússia. Por último, necessitamos sem falta de um jornal político. sem um órgão político é inconcebível na Europa contemporânea um movimento que mereça o nome de movimento político. Sem esse jornal será impossível em absoluto, cumprir nossa missão: concentrar todos os elementos de descontentamento político e de protesto e fecundar neles o movimento revolucionário do proletariado. Temos dado o primeiro passo, temos despertado na classe operária a paixão pelas denuncias de caráter “econômico”, dos desrespeitos cometidos nas fábricas. Devemos dar o passo seguinte: despertar em todos os setores do povo um mínimo de consciência e de paixão pelas denuncias políticas. Não deve nos desestabilizar o fato de que as vozes que fazem denuncias política agora são tão débeis, escassas e tímidas. A causa disso, não é, nem muito menos, uma resignação geral com a arbitrariedade policial. A razão está em que as pessoas capazes de denunciar e dispostas a faze-lo não tem uma tribuna que possam falar, não tem um auditório que as escute avidamente e anime os oradores, não percebem por parte alguma no povo uma força a qual valha a pena dirigir uma critica contra o “todo poderoso” Governo russo. Mas agora tudo isso muda com extraordinária rapidez. Essa força existe: é o proletariado revolucionário, que tem demonstrado já estar disposto não somente a escutar e apoiar o chamado à luta política, como também a lançar-se valentemente à luta. Agora podemos e devemos criar uma tribuna para denunciar frente a todo o povo o Governo czarista: essa tribuna tem que ser um jornal socialdemocrata. A classe operária russa, diferentemente das demais classes e setores da sociedade russa, revele um interesse permanente pelos conhecimentos políticos, e sua demande de publicações clandestinas é sempre imensa ( e não somente em períodos de efervescência singular). Perante semelhante demanda massiva, quando se tem iniciado já a formação de dirigentes revolucionários experimentados, quando a classe operária tem chagado a um grau tamanho de concentração que a converte de fato em dona da situação nos bairros operários das grandes cidades, nos povoados das fábricas e nas localidades fabris, a organização de um jornal político está plenamente ao alcance do proletariado. E através do proletariado, o jornal penetrará nas fileiras da pequena burguesia urbana, dos artesões rurais e dos camponeses, e será um verdadeiro jornal político popular.

A missão do jornal não se resume, no entanto, a difundir idéias, a educar politicamente e a conquistar aliados políticos. O jornal não é só um propagandista coletivo e um agitador coletivo, mas também um organizador coletivo. Neste último sentido se pode comparar com os andaimes que se levantam ao redor de um edifício em construção, que assinalam seus contornos, facilitam as relações entre os distintos construtores, ele ajuda a distribuir a tarefa e a observar os resultados gerais alcançados pelo trabalho organizado. Com a ajuda do jornal, e em ligação com ele, se irá formando por si mesmo uma organização permanente, que se ocupa não somente no trabalho local, mas também no trabalho geral regular; que habitue seus membros a seguir atentamente os acontecimentos políticos, a apreciar seu significado e sua influencia sobre os distintos setores da população, a conhecer os meios mais adequados para que o Partido revolucionário tenha influência nestes acontecimentos. A sua tarefa técnica de assegurar um abastecimento regular de informações ao jornal e uma difusão normal do mesmo obriga já a criar uma rede de agentes locais do Partido único, de agentes que mantenham entre si relações intensas, que conhecem o estado geral das coisas, que se acostumem a cumprir sistematicamente funções parciais de um trabalho realizado em toda a Rússia e que depositem suas forças na organização de distintas ações revolucionárias. Esta rede de agentes será precisamente a armação da organização que necessitamos: o suficientemente grande para abarcar todo o pais; o suficientemente vasta e variada para instaurar uma rigorosa e detalhada divisão de trabalho; o suficientemente firma para saber prosseguir sem desmaio seu trabalho em todas as circunstâncias e em todos as “mudanças” e situações inesperadas; o suficientemente flexível para saber, de um lado, evitar as batalhas em campo aberto contra um inimigo que tem superioridade esmagadora de forças quando concentra estas em um ponto, e para saber, do outro lado, aproveitar os vacilos dos movimentos deste inimigo e lançar-se sobre ele no espaço e no momento em que menos esperar ser atacado. Atualmente, coloca-se uma tarefa relativamente facial: apoiar os estudantes que se manifestam nas ruas das grandes cidades. Amanhã, colocar-se-á, talvez, uma tarefa mais difícil: por exemplo, apoiar um movimento de operários sem trabalho em uma região determinada. Passado amanhã, devemos assumir nosso posto para participar de uma forma revolucionária numa revolta campesina. Hoje devemos aproveitar o agravamento da situação política, provocada pelo Governo em sua cruzada contra os zemstvos . Amanhã deveremos apoiar a indignação da população contra o desenfrear de tal ou qual soldado czarista e ajudar – por meio de um boicote, de uma campanha de repudio, de uma manifestação, etc. – a dar-lhe uma lição que o obrigue a uma franca retirada. Semelhante grau de disposição combativa somente pode ser vitorioso com a atividade constante a que se dedica um exercito regular. E se unimos nossa força para assegurar a publicação de um jornal comum, esse trabalho preparará e destacará não somente os propagandistas mais hábeis, como também os organizadores com mais destreza, os dirigentes políticos do Partido mais capazes, que podem, no momento necessário, lançar a consigna do combate decisivo e dirigi-lo.

Como conclusão, umas palavras para evitar possíveis confusões. Temos falado todo o tempo só de preparação sistemática, metódica; mas com isso não queremos dizer em modo algum que a autocracia pode cair exclusivamente por um cerco correto ou por um assalto organizado. Tal ponto de vista seria um doutrinação insensata. Ao contrário, é plenamente possível, e historicamente muito mais provável, que a autocracia caia abaixo a pressão de uma dessas explosões espontâneas ou complicações políticas imprevisíveis, que ameaçam sempre por todas as partes. Mas nenhum partido político pode, cair na aventura, basear sua atividade em semelhantes explosões e complicações. Nós devemos seguir nosso caminho e realizar sem desmaio nossa tarefa sistemática. E quanto menos contarmos com o inesperado, tanto mais provável será que não nos pegue desprevenidos nenhuma “virada histórica”.
Notas
O artigo de Lênin Por onde começar?, publicado como editorial no número 4 de Iskra, em 1901, contém respostas aos problemas mais importantes do movimento socialdemocrata da Rússia nesse tempo: o caráter e o conteúdo principal da agitação política, as tarefas de organização e o plano para estruturar um combativo partido marxista para toda a Rússia. O artigo serve de documento programático para a socialdemocracia e se difundiu amplamente na Rússia no estrangeiro.

Tendência “economista” ou “ economicismo”: corrente oportunista surgida na socialdemocracia rusa em fins do século XIX e começo do XX, variante russa do oportunismo internacional. Os “economistas” tinham seus órgãos de imprensa: na Rússia, o jornal Robóchaya Misl (O pensamento operário), e o estrangeiro, a revista Robóchaya Delo (A causa operária). Os “economistas” restringiam as tarefas da classe trabalhadora à luta econômica pela elevação dos salários, o melhoramento das condições de trabalho, etc. , afirmando que a luta política devia ficar a cargo da burguesia liberal. Os “economistas” negavam o papel dirigente do partido da classe trabalhadora, considerando que o partido somente devia contemplar o processo espontâneo do movimento e registrar os acontecimentos. Postulando-se frente a espontaneidade do movimento operário, os “economistas” rebaixavam a importância da teoria revolucionaria, da consciência. Afirmavam que a ideologia socialista pode surgir do movimento espontâneo e negavam a necessidade de introduzir no movimento operário a consciência socialista , abrindo com isso a porta para a ideologia burguesa. Os “economistas” defendiam o isolamento e os métodos artesãos do trabalho de círculos soltos, apoiando a dispersam e as vacilações no movimento socialdemocrata e se opunham a necessidade de criar um partido centralizado da classe trabalhadora.

Robóchaya Delo: revista não jornal da União dos Socialdemocratas Russos no estrangeiro. Foi publicada em Genebra (Suíça) de 1899 a 1902. A redação de Robóchaya Delo era no estrangeiro o centro dos “economistas”.

Listok “Robóchego Dela” ( A Causa Operária): suplemento não jornal da revista Robóchaya Delo; apareceu em Genebra desde junho de 1900 até Julio de 1901

Robóchaya Misl (O pensamento Operário): jornal dos “economistas”; foi publicado de 1897 a 1902, primeiro na Rússia e logo em seguida no estrangeiro.

Lênin se refere a seu artigo “Tarefas urgentes do nosso movimento”, publicado como editorial no numero 1, na edição de 1900. Iskra (A Faísca) : primeiro jornal marxista ilegal de toda a Rússia , fundado em dezembro de 1900 por Lênin no estrangeiro, de onde era enviado secretamente à Rússia. Depois do II Congresso do POSDR , os mencheviques (ala oportunista do POSDR) se apoderaram do Iskra. A partir do numero 52 (novembro de 1903).

Se refere as vastas ações revolucionárias dos estudantes e dos operários – manifestações políticas, assembléias e greves – que tiveram lugar em fevereiro e março de 1901 em Petersburgo, Moscú, Kiev e outras cidades da Rússia. O movimento estudantil dos anos de 1900-1901, surgido sobre a base de reivindicações acadêmicas, adquiriu o caráter de ação política de massas contra a política reacionária da autocracia, conto com o apoio dos operários e teve ampla repercussão em todos os setores da sociedade russa. O alistamento forçado a 183 estudantes da Universidade de Kiev, por haverem participado de uma assembléia estudantil, foi causa direta das manifestações e greves que tiveram lugar em fevereiro e março de 1901. O Governo reprimiu os participantes das ações revolucionarias; a repressão foi particularmente brutal na manifestação de 4 de março de 1901, que se realizou na praça situada junta a catedral de Kazan, em Petersburgo.

Trata-se do livro de Lênin O que Fazer? Problemas candentes de nosso movimento.

 Por suposto, estes agentes podiam trabalhar eficazmente somente inteiramente vinculados aos comitês (grupos, círculos) locais de nosso Partido. E, em geral, todo o plano que traçamos é irrealizável, desde logo, sem o apoio mais ativo dos comitês, que mais de uma vez tem dado passo para unificar o Partido e que – estamos seguros disso- o conseguirão um dia ou outro, em uma ou outra forma.

Zemstvo: assim se chamava a administração autônoma local encabeçada pela nobreza nas províncias centrais da Rússia czarista. Foi instituída em 1864. Suas atribuições estavam limitadas aos assuntos econômicos puramente locais (construção de hospitais e estradas, estatísticas, segurança). Controlavam sua atividade os governadores e o ministro do Interior, que podiam anular qualquer acordo prejudicial para o Governo.

Nenhum comentário: