A construção do ser humano enquanto homem e mulher é derivado da existência. Para os existencialistas e em especial Sartre a "existência precede a essência". É aí que se encontra a liberdade humana.
Se a essência preceder a existência então estamos condenados ao determinismo e fadados a viver no mais obscuro totalitarismo. Não somos projetados como coisas. Para Sartre, ateu convicto, o pensamento religioso coisifica o homem como se fosse um objeto modelado e usado pelo artesão - Deus - com uma mesma natureza, a humana.
No ser humano, a existência precede a essência, pois primeiro existe e depois se define através da sociedade, da família, da religião, da arte, etc.
Diante disso, se não há essência, pois não há "Deus" como modelo para nos orientar então o ser humano possui um campo aberto onde tudo é permitido, ou seja, a liberdade nesse sentido é visto como uma grande responsabilidade do homem em relação às suas atitudes.
Mas então quer dizer que a filosofia existencialista é individualista? Não! Pois quando se diz que o homem é responsável por suas ações, é responsável por todos os homens. "A nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque ela envolve toda a humanidade." (Sartre. 1970: 219)
Nossa sociedade, portanto, nos impõem a liberdade, mas estamos condenados a sermos aquilo que outros querem que sejamos. Sartre diz: "A sociedade nos faz sermos para o outro e não para nós mesmos."
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