Exemplo de força

Capoeira e feijoada, força e luta. O suor africano escorre pelo rosto negro, o corpo marcado pelo trabalho espira cansaço. Trazidos à força para um país de incertezas foram sem dúvida os personagens mais importantes do Brasil colônia. Obrigados a aceitar a religião branca e uma cultura pálida, resistiram bravamente e resistem até hoje. Antes donos dos quilombos, dotados de magia, hoje em altos de morros repletos de agonia. Sempre discriminados, os negros que antes tinha uma luta sua, fugiam da escravidão, lutavam pelos seus direitos de serem negros, de serem gente. Hoje, fogem para os seus quilombos de tijolos em altos de morros, juntos com os mesmo brancos pobres, frágeis e humanos que os acompanhavam nos quilombos antigos. Tentam escapar da escravidão das fábricas, da escravidão assalariada, a escravidão que os joga embaixo das pontes, procuram um abrigo melhor, que pelo menos consigam viver. Acabam na escravidão do tráfico, na escravidão do pó e da erva. Que caminho seguir, voltar para a escravidão da dor ou tentar lutar contra a escravidão do vício?

A resposta é lutar sempre! Morrer lutando como o nosso mestre Zumbi. O negro quer igualdade, o negro quer uma cultura própria, não culturas impostas. Enganação é lançar o negro na sociedade com cabelo pintado de loiro berrando sons sem sentido, os quais muitos chamam erroneamente de música, mas são na verdade cantos de submissão!

Queremos os mesmos direitos de estudo, queremos ocupar a mesma quantidade de vagas nas faculdades, queremos o mesmo direito de disputar por melhores cargos no trabalho. Queremos nosso direito de verdadeira liberdade, não queremos a enganação da Lei Áurea, queremos a liberdade para todos, a igualdade. Faremos nosso candomblé sem preconceito em busca de dias melhores. Secaremos nossas lágrimas que espirram de nossos olhos fundos de sono, fruto de noites intranqüilas e daremos continuidade a luta, agora com mais força e mais garra! Pois um mundo melhor só depende de nós!

SOMOS TODOS IGUAIS, SOMOS TODOS NEGROS!