11 de junho de 2010

O Estudo Físico dos Ônibus Como Meio de Transporte Público

A física é uma ciência que estuda as propriedades gerais da matéria, os seus fenômenos e as leis que os regem. Nesse caso estaremos vendo esse estudo da física nos ônibus públicos daqui de Bauru, porém iremos fazer esse estudo de uma forma um pouco diferente da que os físicos usam, até mesmo porque nós do Boteco do Valente não somos do time deles.

Essa questão começa com a implantação da entrada dos usuários dos ônibus pela porta da frente (ou do meio) e a saída pela porta de trás, aqui em Bauru. A roleta se localiza a uma pequena distância de onde se encontra a cadeira do motorista, separando pagantes de não pagantes sendo algumas vezes a maior concentração de pessoas na região que antecede a roleta (catraca) concentrando-se o maior peso nessa parte do ônibus.

A parte mais interessante da física, pelo menos aqui no nosso estudo, é a mecânica, especificando melhor, analisaremos os movimentos os movimentos dos corpos. É o primeiro ponto para iniciarmos o questionamento às empresas de ônibus.

Nós somos corpos em repouso tendo como referencial o ônibus que se aproxima o qual é justamente o que queremos pegar para chegar ao nosso destino. Depois de três ônibus terem passado direto [vai ver, o globo ocular (olhos) do motorista estavam embaçados, ofuscados ou algo do tipo], fazemos um sinal e esse pára no ponto. Nós deslocamos os nossos corpos até a roleta, o motorista, o motorista dá a partida assim que o último corpo se lança para dentro do ônibus o qual avança com o movimento acelerado fazendo com que os nossos corpos que se deslocavam contra a trajetória do ônibus sejam jogados para trás batendo com as nossas costas na roleta que havíamos acabado de atravessar. Nisso, os livros que nós carregávamos caem em queda livre das nossas mãos. No sacolejar do ônibus é impossível encontrar qualquer que seja o corpo em repouso, seja qual for o referencial, sem contar, é claro, com o cobrador que permanece intacto, dormindo com a cabeça sobre os braços.

Outro fato que ocorre comumente no cotidiano das viagens de ônibus é o trabalho mecânico, simplificando: após ter batido com as nossas costas e ter pego os nossos livros caídos no chão ainda temos que enfrentar a viagem em pé, pois a condução encontra-se tão lotada que é capaz de quebrar a lei que diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Mas o pior estava por vir quando uma pessoa obesa de massa igual a 120kg começa se projetar em direção à traseira do ônibus aplicando uma força jogando o seu corpo contra os demais passageiros onde todos possuem massa inferior, inclusive nós, sendo assim, todos nós sendo jogados em cima dos passageiros que se encontravam sentados.

Saindo da mecânica e passando rapidamente pela termologia. Começa a cair um verdadeiro toró e o pessoal começa a fechar todas as janelas, nenhuma sequer ficou aberta. Elas começam a embaçar e nada pode se ver através delas, mas isso não é o pior. A temperatura dentro do ônibus começa a se elevar causando um mal estar em todos os passageiros, fora o fedor que começa a impregnar o ônibus.

O problema é que está ocorrendo o fenômeno que o pessoal chama de “sol e chuva, casamento de viúva”. Faz 42ºC lá fora e, partindo para outra área física, os raios de luz do sol passam pelo vidro como energia e ao retornar se transformam em calor, sendo assim, não atravessando o vidro, e pior, causando uma elevação absurda da temperatura, sem contar os engraçadinhos que ficam eliminando os “gases perfeitos” impregnando o ambiente já agradável que é o ônibus público.

Agora a questão da ótica geométrica: vários estudantes começam a entrar no ônibus, isso quando o motorista levou mais de duas horas para subir um cadeirante pelo elevador de acesso, que fica na porta do meio, e outro passageiro estava carregando o cartão eletrôncio na catraca, lotando a dianteira e fechando completamente a visão dos passageiros, pois a segregação foi feita e os não-pagantes se concentram na parte da frente/alguns no fundo. Dois passageiros não conheciam muito bem o local e não sabiam exatamente onde descer, para piorar a multidão localizada na frente impede totalmente a visão dos dois passageiros que depois de muita tentativa viram o ponto que iriam descem acabar de passar.

Então um deles puxa a cordinha, depois de ter se cansado de apertar o botão, mas há um tremendo fuzuê, que é impossível ouvir a campainha tocar, o ônibus está praticamente cheio até a tampa, a ponto de não se ver o indicador de parada solicitada aceso, e o motorista passa direto pelo ponto, pois também não viu a luz do mostrador porque tanto o seu globo ocular estava ofuscado, como a eletricidade do ônibus estava com problemas.

Mas agora falaremos de ondas. Depois de terem apertado o botão que inidica onde vamos descer, e até mesmo puxando a cordinha umas cinco vezes, os dois passageiros mordidos da vida começaram desesperadamente a gritar para o motorista, mas as janelas agora abertas fazem com que as ondas das vozes dos passageiros vão contra a direção do vento. Mesmo que a velocidade do som da voz seja muito alta e passe pela barreira de ar ainda encontra outros dois obstáculos: a falação dos demais passageiros e o ronco do motor que se localiza ao lado do motorista, sem contar que o cobrador ainda encontra-se em pleno repouso, fora o fato que a catraca é eletrônica, também, hoje é segunda-feira, o cara deve ter tomado todas ontem, ou então, o coitado teve que dobrar a noite trabalhando para conseguir uma graninha extra, isso se o ônibus, na sua última viagem, não foi assaltado.

Enfim, depois de tanta gritaria, mais de uma porrada de  passageiros berrando, pois queriam descer e o ônibus passando por cinco pontos além do que os dois primeiros passageiros queriam é que o cobrador consegue sair do seu repouso e avisar ao motorista que tem gente querendo descer. Pior é que o infeliz do motorista não vê se todos os passageiros já desceram e dá a partida fazendo com que um rapaz cheio de bolsas caia no chão...

Esse procedimento se repete várias vezes todos os dias. Ainda há de chegar o dia em que todos os passageiros se cansarão dessa zorra que virou o transporte público de Bauru (pra não ter de dizer termos piores!)  e se manifestarão contra os problemas que o mesmo apresenta (alô,prefeito Rodrigo Agostinho, Transurb, Conselho Municipal dos Usuários do Transporte Coletivo de Bauru, EMDURB e afins!) e começarão a gritar em coro: “Ninguém agüenta, ninguém agüenta, ninguém agüenta!..”

4 comentários:

Anônimo disse...
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