O prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) perdeu as estribeiras ontem e disparou que está “insustentável” a permanência do secretário Municipal de Cultura, Pedro Romualdo, no cargo.
O esporro foi dado um dia depois dele receber uma carta de representantes de pelo menos 13 entidades de diferentes segmentos do setor cultural. Na carta, as entidades pedem a troca do comando na secretaria e modificações também em funções de chefia e de servidores.
O esporro foi dado um dia depois dele receber uma carta de representantes de pelo menos 13 entidades de diferentes segmentos do setor cultural. Na carta, as entidades pedem a troca do comando na secretaria e modificações também em funções de chefia e de servidores.
“Tivemos por mais de uma vez a manifestação de servidores que atuam na Secretaria de Cultura manifestando inúmeras dificuldades na relação com o Pedro (Romualdo) e agora um abaixo-assinado. O mais grave, neste momento, é que o descontentamento se torna unanimidade dentro de representações culturais importantes. Se o protesto contra a atuação do secretário vira unanimidade no meio que faz cultura na cidade, fica insustentável a situação”, disse Rodrigo. O prefeito disse que vai conversar com o secretário para definir a questão. “Já sabíamos dos problemas, mas no início da gestão buscamos contornar pedindo ao Pedro que melhorasse sua relação interna e com as entidades. Agora fica muito difícil a situação, porque o problema atingiu proporções. É uma situação bastante complicada”, soltou Agostinho.
Diante da avaliação do prefeito, não será surpresa se até este final de semana o secretário seja confirmado como demissionário. Ontem à noite, a redação deixou recados, mas não conseguiu o retorno de Romualdo. A sexta-feira foi de ponto facultativo na administração municipal, sem expediente. Em carta, as entidades ligadas à cultura cobram o Executivo da reforma administrativa anunciada no final de 2009. “Após um ano de administração, o prefeito já pode observar o que funciona e o que não funciona em seu governo. Peças deveriam ser trocadas. E uma dessas peças, numa avaliação quase unânime, seria o atual secretário Municipal de Cultura”, reforçam os grupos.
E vai reclamação na lista: é programas não realizados, problemas graves de relacionamento com o titular da pasta e a lembrança de ações que foram prometidas mas não se efetivaram (o que vai vir depois disso?) . A carta menciona a não instalação do Conselho do Museu Ferroviário, o desmonte dos museus Histórico Municipal e Ferroviário Regional e falta de ações itinerantes, paralisação do evento Estação Arte e dos passeios da Maria Fumaça em 2009, a realização de “poucas e amadoras” atividades culturais nos bairros, a falta de recursos para a banca e orquestra contarem com manutenção básica, entre outros.
As entidades também consideram que a Feira do Livro Infantil teve programação fraca, na comparação com anos anteriores, citam a não realização do projetos Osesp em Bauru, a paralisação das atividades do bibliônibus e perde de parte do acervo e o não incentivo à Feira Ubá que, na visão dos reclamante, “já não conta com qualquer apoio da secretaria e sobrevive graças a uma parceria com o Banco do Brasil”. As dificuldades de relacionamento com o funcionalismo da pasta também foram mencionadas. “Os funcionários da Secretaria Municipal de Cultura têm sido vítimas de assédio moral e perseguição política, com várias reclamações ao Sindicato dos Servidores e à Corregedoria Municipal”, apontam.
Na opinião das entidades, não há investimento em acervo para a Biblioteca Municipal, as ramais também sofrem de ação da pasta e o Teatro Municipal está abandonado. “Os artistas, produtores e agentes culturais da cidade têm tido tratamento extremamente inadequado por parte do secretário, revelando seu despreparo para o cargo. Suas ações são unilaterais, dividindo o movimento cultural e dificultando a produção e sua democratização. A realidade cultural na cidade é feia e vergonhosa, muito distante do que o secretário fez acreditar em relatório anual apresentado ao prefeito”, acrescentam as entidades. Assinam o requerimento de solicitação da exoneração do secretário, entre outros, a Sociedade Amigos da Cultura (Sac), Associação de Teatro de Bauru (ATB), Associação dos Amigos dos Museus, Associação Bauru pela Diversidade, Grupos musicais de samba e choro Noz Moscada e Monte de Bossa, Grupo Teatral Celeiro de Arte, Associação Paulista de Corais, Coral Vocalis, Associação de Preservação Ferroviária, Instituto Cultural Umbanda Fest, Federação de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo Reino de Oxalá e Grupo de pagode Do jeito que elas querem.
Apesar das reclamações de entidades relacionadas aos diferentes segmentos de cultura, nos bastidores é conhecido, de outro lado, dificuldades na execução de programas e de produtividade entre alguns servidores da pasta. Assim, a troca do secretário, caso se efetive, também vai implicar em necessidade de modificações nos meandros do setor, eliminando acomodações funcionais. Só que outro elemento que vai pesar sobre a substituição na pasta de Cultura é o posicionamento da bancada do PSB, representada pelo parlamentar Paulo Eduardo de Souza. O convite a Pedro Romualdo para assumir a Cultura, em novembro de 2008, logo após a eleição, partiu de cobrança da legenda pelo apoio dado ao então candidato Rodrigo Agostinho no pleito. Neste caso, o presidente da legenda, Romualdo, indicou o próprio nome, a contragosto da vontade do próprio chefe do Executivo.
Nesta semana, Rodrigo também ouviu reclamações de uma porrada de servidores da pasta. Eles acusam o secretário de assédio moral, tratamento ríspido e autoritarismo. Entre as ações da pasta, os servidores repetem boa parte da lista apontada pelas entidades e mencionam oficinais suspensas, redução no atendimento ao público, sistemas sem manutenção, equipamentos obsoletos e falta de operacionalização de programas. O Boteco do Valente, vai procurar ouvir os dois lados, numa mostra de imparcialidade. Não nos considerem censores, longe disso, mas temos que tentar mediar um debate dentro de algo plausível. Reproduzimos aqui, o que o BOM DIA de hoje fala sobre o tema:
Bastidores
BRUNO MESTRINELLI
bruno.mestrinelli@bomdiabauru.com.br
O BOM DIA procurou pelo segundo dia seguido o secretário de Cultura, Pedro Romualdo, mas não obteve retorno para que ele comentasse a revolta de servidores da pasta contra sua administração. Mais uma vez ele está na corda bamba após pressão a reunião dos insatisfeitos com o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB).
A matéria veiculada no BOM DIA sobre a insatisfação dos servidores da Cultura com Pedro Romualdo repercutiu. O prefeito Rodrigo Agostinho disse ter recebido várias ligações e comentários sobre o assunto. No entanto, afirmou que não tem definição sobre o caso.
¨O secretário de Cultura, Pedro Romualdo (PSB), está longe de ser uma unanimidade, muito pelo contrário. Desde que o nome dele foi confirmado para a pasta, foi rechaçado pela maioria do setor cultural. “Não é do ramo”, atacam uns. “É autoritário e não dialoga”, retrucam outros. Apesar de tudo, o presidente do PSB, pelo menos até agora, resiste à onda de insatisfação e se segura no cargo. As críticas, no entanto, chegaram ao ápice na quarta-feira [conforme mostrou o BOM DIA, na edição de quinta-feira quando funcionários da secretaria se rebelaram e, em audiência com o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB), pediram a cabeça de Pedro Romualdo. As acusações são múltiplas e graves. “Ele não é técnico, não consegue administrar e também não é da área”, disse um funcionário, pedindo anonimato. Suposto assédio moral também está no rol das queixas. O importante, neste momento, é que o clima de conflito e as desavenças não paralisem a pasta. E Rodrigo só tem dois caminhos à seguir: ou age rápido e demite o secretário, para estancar a crise de relacionamento, ou interfere imediatamente na crise e tenta aparar as arestas. O que não pode é protelar a questão por um prazo além do razoável. É preciso tratar a cultura com a urgência e prioridade que o setor merece. E, para tanto, o ideal é que o prefeito tente se libertar das amarras políticas, para o bem da administração pública.
A Cultura, como se sabe, faz parte da cota do PSB, que participou da campanha e faz parte da base de sustentação do chefe do Executivo na Câmara, com uma cadeira. Suporte legislativo é essencial para garantir a governabilidade. Mas parece temerário e um contrasenso ter de eventualmente engolir indicações para cargos na administração que não atendam às expectativas e, pior do que isso, gerem problemas. E o que fazer?
Rodrigo até aqui resistiu aos apelos do setor cultural para alterar o comando da pasta. Agora, com a ação dos funcionários, parece ter despertado e concluído que “as coisas não vão bem”, conforme declarou ao BOM DIA na edição de quinta-feira. Que faça algo urgente. E que as coisas fiquem melhor.¨
Torcemos aqui para que uma área tão importante em nossa cidade, como a Cultura, tenha políticas, que abranjem todoas os bairros de Bauru, não somente o Centro, portanto,não percam os próximos capítulos de: O Bicho Pegou na Cultura (Ou quem vai segurar o rojão na SMC?) ! ,
Bastidores
BRUNO MESTRINELLI
bruno.mestrinelli@bomdiabauru.com.br
Silêncio
O BOM DIA procurou pelo segundo dia seguido o secretário de Cultura, Pedro Romualdo, mas não obteve retorno para que ele comentasse a revolta de servidores da pasta contra sua administração. Mais uma vez ele está na corda bamba após pressão a reunião dos insatisfeitos com o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB).
Repercussão
A matéria veiculada no BOM DIA sobre a insatisfação dos servidores da Cultura com Pedro Romualdo repercutiu. O prefeito Rodrigo Agostinho disse ter recebido várias ligações e comentários sobre o assunto. No entanto, afirmou que não tem definição sobre o caso.
Editorial
Crise na Cultura
¨O secretário de Cultura, Pedro Romualdo (PSB), está longe de ser uma unanimidade, muito pelo contrário. Desde que o nome dele foi confirmado para a pasta, foi rechaçado pela maioria do setor cultural. “Não é do ramo”, atacam uns. “É autoritário e não dialoga”, retrucam outros. Apesar de tudo, o presidente do PSB, pelo menos até agora, resiste à onda de insatisfação e se segura no cargo. As críticas, no entanto, chegaram ao ápice na quarta-feira [conforme mostrou o BOM DIA, na edição de quinta-feira quando funcionários da secretaria se rebelaram e, em audiência com o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB), pediram a cabeça de Pedro Romualdo. As acusações são múltiplas e graves. “Ele não é técnico, não consegue administrar e também não é da área”, disse um funcionário, pedindo anonimato. Suposto assédio moral também está no rol das queixas. O importante, neste momento, é que o clima de conflito e as desavenças não paralisem a pasta. E Rodrigo só tem dois caminhos à seguir: ou age rápido e demite o secretário, para estancar a crise de relacionamento, ou interfere imediatamente na crise e tenta aparar as arestas. O que não pode é protelar a questão por um prazo além do razoável. É preciso tratar a cultura com a urgência e prioridade que o setor merece. E, para tanto, o ideal é que o prefeito tente se libertar das amarras políticas, para o bem da administração pública.
A Cultura, como se sabe, faz parte da cota do PSB, que participou da campanha e faz parte da base de sustentação do chefe do Executivo na Câmara, com uma cadeira. Suporte legislativo é essencial para garantir a governabilidade. Mas parece temerário e um contrasenso ter de eventualmente engolir indicações para cargos na administração que não atendam às expectativas e, pior do que isso, gerem problemas. E o que fazer?
Rodrigo até aqui resistiu aos apelos do setor cultural para alterar o comando da pasta. Agora, com a ação dos funcionários, parece ter despertado e concluído que “as coisas não vão bem”, conforme declarou ao BOM DIA na edição de quinta-feira. Que faça algo urgente. E que as coisas fiquem melhor.¨
Torcemos aqui para que uma área tão importante em nossa cidade, como a Cultura, tenha políticas, que abranjem todoas os bairros de Bauru, não somente o Centro, portanto,não percam os próximos capítulos de: O Bicho Pegou na Cultura (Ou quem vai segurar o rojão na SMC?) ! ,
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