5 de junho de 2010

UMA EXPLOSÃO NA MADRUGADA E UM CARRO INCENDIADO

Tudo se resume a isso. Um veículo estacionado na rua, defronte a residência de seus proprietários, ZILDA e LEANDRO ALVES RIBEIRO, mãe e filho. Por volta das 3h da manhã de hoje, sábado, uma forte explosão diante do portão da residência. Ele ainda acordado, estudando e ela, deitada há pouco, correm para o portão e constatam algo impensável até então. O veículo deles estava pegando fogo. Uma enorme labareda saia do carro em chamas. Saindo primeiro à rua, Leandro ainda consegue ver um dos motoqueiros e esse lhe dirige a palavra em tom ameaçador "Fica esperto". Tudo foi feito para debelar as chamas, mas elas finalmente destruiram o carro por inteiro. Sobrou somente a carcaça. Depois de tudo, perguntas que não querem calar: Quem teria feito uma coisa dessas? Que motivos teriam ambos dados à alguém, para a ocorrência de algo dessa magnitude? A resposta é uma incógnita. Ambos, Zilda e Leandro são servidores públicos municipais, ela lotada na Secretaria Municipal de Cultura e ele na de Finanças. Ela, trabalhando há décadas no setor cultural do município, nunca imaginou que algo nesse sentido pudesse lhe acontecer. As perguntas que mais ouviu no dia de hoje foi para tentar se lembrar de algo que pudesse ter feito, alguma mágoa, um ressentimento com alguém. Com Leandro, idem. Nada, ambos são da paz. Tocam suas vidas da forma mais tranquila possível. Não se metem em confusões, aliás fogem delas. Nos últimos tempos, pouca coisa a ser lembrada nesse sentido. Nada que possam acreditar ver transformado em algo com tamanha atrocidade/perversidade. Os fatos foram relatados à polícia e foi prometido uma investigação rigorosa. E nisso acreditamos.

Reencontramos Zilda no centro da cidade, Calçadão da Batista, por volta das 14h, ela e a irmã estão desoladas. Estava junto de dois amigos, ambos também consternados, Adalto Granja Pereira e Kyn Júnior. O assunto da conversa só podia ser esse. De Kyn a idéia, que deverá ser passada para frente, a da união dos artistas da cidade, para realizar algo em conjunto, visando arrecadar fundos para comprar um novo carro para ela. Zilda não possui seguro e nem está em condições de comprar outro no momento.


De um lado, uma apuração rigorosa e do outro, uma mobilização em sua ajuda. Era tudo o que poderia ser feito neste momento. Uma dor que é também a de todos nós, envolvidos numa luta intensa e permanente contra as injustiças deste mundo. Esse ato, mais do que a injustiça cometida, um ato criminoso, pois segundo Zilda ouviu de um policial: quem ateou fogo no seu carro não o fez jogando um simples combustível sobre o mesmo. Tudo foi feito de uma forma um pouco mais profissional. Para ocorrer a explosão e a propagação das chamas, foi jogado dentro do mesmo um coquetel molotov, desses feitos com uma garrafa pet. Daqui para frente, saem as suposições, imaginações e hipóteses e entra o trabalho policial. Zilda e Leandro não mereciam isso. O que menos deve se ter nesse momento é medo. Receio todos possuem, pois faz um certo tempo que fatos como esse não mais aconteciam na cidade. Algo que deverá merecer outros textos até seu desfecho final, que esperamos ocorra em breve.

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