30 de junho de 2010

Infiltraçôes Policiais (Mollie Maguire)

[O texto seguinte é da Ecodefense: Um Guia de Campo para Ativistas, pp. 295-308. Apesar do enfoque ambientalista, a informação é de valor para ativistas.]

A atividade policial secreta se tornou uma característica marcante no terreno político contemporâneo. Revelações nos últimos anos indicam que quase a totalidade dos grupos ecologistas, anti-nucleares e de proteção animal estão na mira dos organismos governamentais de repressão. As infiltrações podem ocorrer de muitas formas, desde um visitante que não levante suspeitas até mesmo uma espécie de ajuda camuflada visando uma futura operação de desmantelamento. Estas operações podem ser efetuadas pela polícia local, órgãos de segurança ou por qualquer uma das várias agências federais, como o Serviço Florestal que agora tem o terceiro maior contingente de pessoal com poder de polícia no governo federal.

Entre as principais fontes internas de informação para investigadores está o IC ou informante secreto. Estes informantes podem ser cidadãos comuns recrutados para infiltrar um grupo, ou sócios temerosos do que viram ou ouviram de seus amigos. Sem a existência do IC, ou alcaguete, haveria pouquíssimas apreensões que mais tarde se tornariam crimes comprovados. Porém, do ponto de vista oficial não são tidos como peças importantes, devido a questões relativas a aspectos de segurança, freqüentemente eles se recusam a testemunhar em um tribunal aberto. Desta forma, a informação obtida de um IC deve ser apoiada pelo testemunho de agentes secretos da polícia ou devem ser complementadas através de investigação policial intensiva (que pode envolver vigilância e o uso de autorizações de busca) ou seja, construir um caso sem pôr o informante no posto de testemunha. De fato, o uso de um IC em uma prisão normalmente não é revelado, assim a investigação tende a ser trabalho de polícia mais especializada.

Qualquer "ativista" suspeito deveria ser examinado cuidadosamente pelos associados. Todos os documentos a que ele teve acesso podem estar nas mãos da polícia. Preste bem atenção em "ativistas" que de repente tentam se distanciar e esteja alerta a quaisquer outras indicações, mensagens ou sinais que os investigadores estejam recebendo.

O Infiltrado Secreto

Agências governamentais e companhias privadas habitualmente se envolvem em operações secretas. Pequenos departamentos de polícia e empresas privadas (variando das grandes agências como Pinkerton até as mais diversas divisões de segurança, é comum manterem em sua folha de pagamento uma boa provisão destinada a policiais e investigadores) tipicamente confiam a um agente solitário a incumbência de pesquisar informações que serão repassadas para seus supervisores. O Estado Maior e agências federais têm recursos para montar esforços de infiltração mais extensos. Esforços especiais requerem a abordagem de um grupo de elite, seguidos de uma intensa quantidade de equipamentos e de pessoal para explorar as informações providas pelo policial secreto. O trabalho do grupo de elite é proteger o agente secreto e juntar uma massa de evidências suficiente para indiciar os envolvidos como criminosos.

A crescente sofisticação das operações secretas torna cada vez mais difícil desmascarar os infiltrados. O agente secreto de hoje pode parecer qualquer um. Muitos anos atrás, um policial infiltrado poderia ser descoberto quando os sócios desconfiados surripiavam sua conta telefônica de uma caixa postal e encontravam uma numerosa lista de chamadas para um número de telefone policial reconhecível. Atualmente há evidências que tanto a qualidade quanto o treinamento destas operações secretas melhorou substancialmente. Apenas nas tentativas mais cruas de infiltração, como essas que ocorrem em manifestações ou outros eventos públicos bem divulgados, elas se tornam mais óbvias devido ao aparecimento ou comportamento de oficiais fardados.

Há duas grandes categorias de operações secretas: investigação profunda e investigação rasa.

Uma investigação profunda visa "interpretar o papel de". Pode ser alguém com experiência extensa em investigação secreta, ou uma pessoa jovem escolhida em uma classe de treinamento acadêmico. Às vezes os novatos são os preferidos porque eles ainda não adquiriram os hábitos tipicamente autoritários que poderiam revelá-los como policiais, e também porque dificilmente serão reconhecidos por policiais regulares em serviço e que podem inadvertidamente em um encontro casual revelar sua identidade.

As operações de investigações profundas são planejadas em salas reservadas dentro das agencias de investigação para prevenir vazamento de informações e brechas na segurança em função da presença de eventuais empregados que sejam simpatizantes aos grupos que serão infiltrados. Estas operações podem ser coordenadas a partir de instalações de treinamento em escritórios isolados como o da Academia de Quântico do FBI ou da Academia Federal de treinamento (filial ocidental em Marana, Arizona), a famigerada "Escola de Assassinos".

Um agente de investigação profunda é equipado com uma falsa identidade e um esboço fictício de história pessoal, como um empresário que confirmará que fulano trabalhou para ele. Tudo deve ser mantido bem perto da verdade para não despertar suspeitas. Finalmente, o agente de suporte pode iniciar um emprego verdadeiro, alugar uma casa ou apartamento, e viver o papel 24 horas por dia.

Um policial secreto que trabalha debaixo de investigação rasa também pode ter uma identidade falsa, mas provavelmente irá para sua própria casa, sua vida familiar, sua vida real. (normalmente em outra cidade). Às vezes policiais da área de narcóticos e outros agentes especialmente treinados serão chamados para estas tarefas.

A Infiltração Secreta

A maioria das infiltrações secretas tem início quando o voluntário começa a fazer parte de uma determinada organização. Freqüentemente utiliza-se uma informação confidencial para apresentar o infiltrado ao grupo de forma que seja mais prontamente aceito. O IC pode então discretamente entrar em cena.

Uma operação pode ter vários ICs trabalhando ao mesmo tempo em suas investigações secretas, normalmente desconhecidos uns dos outros. Tal infiltração múltipla é usada para testar a veracidade da informação provida.

Agentes secretos também podem assumir disfarces fora da organização designada mas preparados para prover acesso a ela. A idéia favorita é se fazer passar por "escritor" ou sócio das mídias de notícias, ou até mesmo alguém ligado a emissoras de televisão que prepara um documentário. Um falso fotógrafo ou uma equipe com luzes e filmadoras aumentarão o ar de autenticidade e farão um registro das pessoas e ações para mais tarde usar tudo isso na identificação e indiciação em processos. Esta aproximação, quando usada em manifestações ou ajuntamentos públicos, provê informação e fotografias de qualidade melhor que o velho método de esconder máquinas fotográficas de vigilância dentro de edifícios próximos ou furgões estacionados. Este policiais secretos também podem usar este papel para buscar "entrevistas confidenciais" com ativistas e outros militantes ocultos. Um dos ICs no caso Arizona Cinco representou este papel.

Outro disfarce bastante usado é fazer-se passar por trabalhador autônomo ou funcionário da companhia telefônica. Esta aproximação é valiosa para obter acesso a um suspeito que está vivendo em quartos ou oficinas. Uma vez lá dentro, o investigador pode plantar dispositivos de escuta, na procura por evidências de ilegalidade que podem ser usadas para obter uma autorização de busca e apreensão. Se o suspeito é um locatário, a cooperação do proprietário pode ser obtida para acesso legal sem uma autorização, para prover instalações vizinhas para vigilância, ou para prover suporte para um investigador secreto que pode agir como um biscateiro, pedreiro ou gerente. Se você alugar um imóvel, empenhe-se em permanecer em boas condições com o proprietário. Mesmo que o proprietário não lhe avise que foi procurado por investigadores de polícia, uma súbita mudança em seu comportamento para com você poderia ser o sinal de que algo aconteceu para mudar a opinião dele a teu respeito, e que esse "algo" só poderia ser um súbito interesse da polícia pela tua pessoa. A mesma regra se aplica aos vizinhos, empregador e peões. Diariamente, as pessoas ao teu redor podem prover a primeira advertência de perigo.

Se os trabalhadores de companhias de serviços públicos vêm a sua porta buscando acesso quando você não pediu serviço, você deveria primeiro pedir alguma identidade, e depois ligar para seus escritórios para verificar sua identidade e as razões da solicitação. Você mesmo deve procurar o número de telefone, pois o número que eles derem pode ser tão falso quanto suas identidades. Porém, lembre-se que qualquer movimentação suspeita da sua parte pode ser um sinal de confirmação de que realmente você esconde algo.

Outro disfarce muito usado é o do "falso advogado" que contata um suspeito após a batida policial em um esforço extrair informação. Esta pessoa pode reivindicar ser um advogado, ou pode eventualmente criar essa impressão. Você pode, evidentemente, pedir alguma identificação como um cartão da associação estadual. O período imediatamente após a apreensão é um momento perigoso. Até mesmo depois que você contrata um advogado autêntico para o representar, você deve pedir um tempo para pensar em sua situação antes de decidir o que deve ou não dizer a seu advogado. Ao contrário do velho provérbio, não é necessariamente essencial que seu advogado saiba tudo. Por exemplo, seu advogado não precisa saber que você é culpado, o que ele precisa saber é que você pretende pleitear inocência.

Semelhante à falsa aproximação de advogado é a do falso funcionário de tribunal. Esta pessoa pode lhe pedir uma declaração ou pode lhe pedir que preencha um formulário (para ser usado para comparação de caligrafia). Se alguém assim se aproxima de você, verifique a identidade da pessoa antes de fazer qualquer outra coisa.

Se você está preso, o prisioneiro que compartilha sua cela pode ser um agente secreto, normalmente há um "informante" que vive na prisão e que habitualmente busca informações de prisioneiros faladores para as autoridades. Finalmente, o delegado de polícia pode tentar colocar um informante em seu comitê de defesa legal.

Táticas secretas

A primeira tarefa de um infiltrado secreto é ganhar uma aceitação inquestionável dentro do grupo. Freqüentemente ela leva isso em banho-maria, oferece trabalho, e espera o tempo certo e a hora oportuna.

A meta de policiais secretos é identificar os suspeitos e juntar evidências para um futuro processo. Eles podem se oferecer para qualquer trabalho, desde que os torne mais próximos à informação. Freqüentemente buscam reconhecimento ou papéis de liderança para estender sua influência e ganhar acesso a todas as informações da sociedade e aos registros de contribuição. Quando o FBI estava empenhado em suprimir o Movimento Indígena Americano, eles plantaram um agente secreto que assumiu o posto de chefe de segurança.

Às vezes, agentes secretos podem ir além da identificação de suspeitos e do ajuntamento de evidências: eles podem encorajar alguém a participar de fato de um ato ilegal, esse indivíduo, por sua vez ajuda os policiais na hora de prender essa ou aquela pessoa (o clássico agente provocador). Engana-se quem pensa que este tipo de coisa só acontece em romances de espionagem, ou saiu de moda depois do fim da polícia secreta do Czar. Há evidência suficiente para sugerir que o declínio de vários grupos radicais nos EUA nos anos sessenta e começo dos anos setenta foi acelerado pelo uso judicial de agentes provocadores (como também dos simples informantes) através de agências policiais Federais e locais. O agente secreto do FBI no caso Arizona Cinco foi tão longe no seu papel de agente provocador no desespero de criar um caso, que chegou a advertir seu supervisor de que teve "um problema de identidade".

Uma maneira muito usada por estes agentes para incriminar potenciais militantes e efetuar prisões é agir de forma especialmente radical e "falar duramente" quando ao redor dos outros sócios do grupo. Se alguém responde positivamente, o agente proverá idéias, informações, ou equipamentos para o(s) militante(s) praticar atos ilegais específicos que posteriormente podem resultar em prisões. Tais agentes podem se vangloriar de ter participado em numerosos atos ilegais para atrair os recrutas. No início de 1989, teve grande repercussão uma história sobre infiltrações em grupos de defesa de direitos de animais e organizações ambientais através de várias operações secretas. Neste caso os agentes disfarçados eram empregados de uma companhia de segurança privada cujos clientes incluíam corporações submetidas ao ataque de ativistas de defesa de direitos de animais. Em um incidente, estes agentes aparecem ajudando um engenheiro num atentado a bomba no qual um ativista de propriedade animal foi preso. De acordo com o Boletim Ecomedia, uma publicação anarquista de Toronto, uma agente (Mary Lou Sapone) constava na mala direta de numerosos grupos de direitos de animais e grupos ambientais, inclusive o Terra Primeiro!

Michael Faine, o agente secreto do FBI, e vários informantes confidenciais na infame deduragem no caso Arizona Cinco, são exemplos clássicos dos diversos tipos de infiltrações.

A mais valiosa informação que um agente secreto pode obter inclui admissões de culpabilidade e planos para ações futuras. O agente buscará freqüentemente registrar essa informação no tribunal o mais rápido possível. O modo básico para fazer isto é usar um grampo, um pequeno transmissor ou um dispositivo gravador escondidos na roupa. Se isto for muito arriscado, o agente pode tentar organizar uma conversação incriminatória em um carro ou quarto que foram preparados com antecedência. É inteiramente legal efetuar tal gravação e não requer nenhuma autorização, contanto que um tira (policial secreto) consinta permitir a gravação. Quando são usadas localizações escolhidas com antecedência para organizar uma sessão incriminatória, podem ser usados câmeras de vídeo escondidas que usam lentes minúsculas que são quase impossíveis de perceber para fazer um registro não verbal, mas incriminando com possíveis evidências, como o aceno de uma cabeça, ou o transcurso de uma comunicação escrita.

Gravação eletrônica ficou tão comum que os agentes policiais freqüentemente usam dispositivos gravadores pequenos abertamente durante o interrogatório dos suspeitos.

Se um suspeito faz uma declaração incriminatória na presença de um agente desprovido de vigilância eletrônica, o agente secreto pode preparar o lugar para tentar organizar um segundo interrogatório cuja conversação incriminatória possa ser registrada.

Nota: Ao contrário de mito popular, um policial secreto não tem que admitir ser um policial no confronto com o suspeito.

Operações secretas desfrutam de apoio logístico que ampliam sua habilidade para juntar evidências. Além de eletrônica sofisticada, eles freqüentemente usam de uma larga variedade de veículos (normalmente confiscados) para permitir vigilância disfarçada.

As medidas adotadas contra suspeitos ligados a uma operação secreta incluem a seguinte:

Vigilância física do suspeito bem como de sua residência que continuarão durante a noite e nos momentos em que as ações ilegais são mais prováveis de acontecer.

Vigilância filmada de uma residência por máquinas fotográficas escondidas em veículos estacionados ou edifícios próximos. Vigilância filmada a distancia tornou-se especialmente popular em áreas rurais exceto onde possa ser detectada a presença física de policiais. Podem ser escondidas máquinas fotográficas em vassouras e árvores, com cabos de coaxial ligados a um posto de monitoramento (talvez na casa de um vizinho).

O lixo pode ser revirado na busca por artigos incriminatórios, nomes, e registros de endereços de associados, registros financeiros, registros de viagem, etc. O lixo pode ser retirado diretamente no local, ou retirado do caminhão de lixo depois da coleta normal.

Um "grampo de caneta" pode ser instalado na linha de telefone do suspeito. Este dispositivo faz um registro de todos os números de telefone discado mas não registra conversações. Tal registro pode ser útil estabelecendo um padrão de chamada associado com ações ilegais, e estabelecendo os sócios de um suspeito. Agentes secretos, querendo enquadrar um líder com quem possuem contatos limitados, encorajarão um indivíduo contra quem eles têm gravações incriminatórias a telefonar para esse líder somente para estabelecer evidência de contato em um esforço para obter provas de conspiração contra o líder.

para sinais de viagem podem ser utilizados registros de banco ou compras incriminatórias. Estes registros às vezes podem ser obtidos extra-oficialmente, na base da propina nos postos de segurança do banco.

Podem ser conferidos registros de empresas de serviços públicos. Estes poderiam fornecer valiosas informações, como uma conta de água que poderia indicar uma ausência prolongada em um momento chave.

Pode ser afiançada autoridade para administrar a colaboração do correio. Isto envolve a gravação de toda a informação no lado de fora de cartas e pacotes (sem os abrir para conferir os conteúdos).

Um "beeper de pára-choque" pode ser acoplado embaixo do veículo de um suspeito com arame ou imãs. Tal dispositivo permite a veículos de vigilância localizar os movimentos de suspeitos a uma distância segura para não trair a presença dos agentes.

Note que nenhum dos métodos de investigação citados acima requer uma autorização. Se a polícia pode obter algumas informações chave (normalmente apenas um padrão de comportamento suspeito) é o suficiente para obterem mais autorizações espionagem, como grampos de telefone, microfones ocultos, e violação de correspondência. O FBI tem facilidade em obter permissão de juizes federais para instalar grampo telefônico e escuta freqüentemente baseados em elaborações e teorias de conspirações fantásticas.

Operações de infiltração privadas

Quando agências de investigação privadas se infiltram em um grupo radical, essas operações normalmente envolvem um pequeno treinamento. Enviam uma "expedição pesqueira" para captar toda e qualquer informação sobre as atividades do grupo designado. Operações mais experientes podem ser totalmente terceirizadas onde geralmente alguém é contratado por uma quantia estabelecida para posar como um simples funcionário enquanto busca de fato informações sobre roubo, uso de droga, atividade sindical, ou qualquer outra coisa de interesse para os contratantes.

Operações privadas podem usar suas reais identidades ou fabricá-las. Eles habitualmente provêem relatórios escritos para seus empregadores para justificar sua função. Pelo fato deles não serem policiais, eles são provavelmente treinados para instigar e levar os mais incautos a cometer atos ilegais, ao mesmo tempo que incita atos ilegais os denuncia à polícia. As operações privadas tipicamente não possuem os caríssimos sistemas de apoio de agentes secretos e policiais, e pode ser expostos com mais facilidade.

Estas operações encobertas privadas foram repetidamente usadas contra grupos ligados à defesa do meio ambiente, anti-nuclear, e de proteção aos animais.

Informantes secretos

O informante confidencial, ou "IC" é possivelmente a única e na maioria das vezes a mais valiosa ferramenta de uso da execução de lei. ICs são obtidos por vários meios:

Infiltrados.

Estes podem surpreender os sócios de uma determinada organização por uma variedade de razões. Eles podem ter se juntado a um grupo com boas intenções, mas podem também ficar escandalizados com táticas que julgam demasiado radicais. Podem também ser pessoas ambiciosas que foram ignoradas para papéis de liderança e assim decidem buscar vingança contra aqueles que supõe os desprezarem. Ou eles podem ser traidores que buscam vingança contra alguém no grupo por razões pessoais ou, inclusive, românticas.

Ato ilegal.

O futuro IC é indiscreto e constantemente fala de atos ilegais, se alguém do grupo abre a boca imediatamente ele repassa as informações à polícia. A batida policial torna-se inevitável.

Plantio de provas.

Alguém que é preso de posse de material suspeito para poder safar-se concorda em infiltrar-se em um grupo para obter informação sobre outras atividades ilegais. Isto acontece freqüentemente com traficantes de drogas.

Recrutas.

Podem ser escolhidos sócios conhecidos de um grupo designado para recrutamento pela polícia. O esforço normalmente começa com uma checagem de sinais de vulnerabilidade. Um indivíduo que se mostra "fraco" simplesmente poderia ser entrevistado repetidamente por um delegado persuasivo até que ela concorde em cooperar. Um empregador conservador, talvez com problemas com a lei ou impostos não pagos, poderia ser escolhido para ajudar pressionando o provável recruta. No passado, por exemplo, o FBI usou entrevistas com patrões para intimidar os sócios de grupos políticos.

Semelhantemente, um cônjuge pode ser aproximado para ajudar no recrutamento. Ameaças ocultas sobre crianças ou para na segurança do trabalho da pessoa demonstram freqüentemente serem efetivas. Também, podem ser aproximados os pais do futuro informante para afiançar a ajuda deles/delas. Esta aproximação pode ser particularmente efetiva se o assunto é, digamos, um estudante de faculdade que recebe apoio financeiro de seus pais.

Pessoas que nunca foram presas, ou principalmente as pessoas jovens são influenciadas pelas suas famílias, freqüentemente são mais suscetíveis a se tornarem ICs se comparados aos de mais experiência.

Defesa Contra Atividades Secretas

O perigo representado pelos ICs pode ser minorado se observarmos as seguintes as regras:

Sempre use a regra básica "apenas o que ele precisa saber". Isto significa que cada sócio de um grupo de ação precisa apenas da informação necessária para levar a cabo a tarefa específica para que foi designado. De preferencia, apenas um sócio do grupo de ação precisa saber o objetivo com antecedência, e os outros são informados em direção ao objetivo. Em tais casos, suspeite de alguém que de repente tenha que fazer uma ligação depois de descobrir os planos designados ou outros detalhes. Obviamente, não é sempre possível operar deste modo. Em muitas operações, é necessário que os participantes sejam amplamente esclarecidos (vigia, por exemplo) e tomem detalhado conhecimento do terreno. Nestes casos tais operações só deveriam ser empreendidas por grupos pequenos de pessoas que se conhecem mutuamente por anos e operaram juntos previamente.

Nunca deprecie um ativista da mesma categoria ou critique excessivamente os erros deles/delas. Todo mundo comete enganos. Pessoas que são desnecessariamente envergonhadas podem ficar ressentidas e vingativas.

Se alguém expressa dúvida sobre certas ações, não a envolve nesses tipos de ações. Se ela tem reservas sérias, "alivie-a" deixando-a fora do grupo de ação, mas tente manter a amizade. Cortando-a completamente pode destruir laços de lealdade pessoal e pode transformá-la em um informante.

Se você tem razões para acreditar que a pressão policial pode ser desprezada, é porque você nunca passou por uma situação semelhante. Nestas ocasiões seu grau de vulnerabilidade pode propiciar às autoridades uma oportunidade de recrutamento.

Seja cauteloso de alguém que de repente cai fora após apresentar um novo sócio. Este novo sócio pode ser um policial encoberto.

Se um sócio do grupo é contatado pela polícia, por qualquer razão, aquele sócio tem por obrigação informar o líder de grupo ou organizador. O contato pode ser a primeira advertência de uma tentativa de recrutamento. (J)

Seja cauteloso com qualquer sócio do grupo que foi preso por posse de mercadoria suspeita, como drogas. Tais pessoas poderiam ser incentivadas a fazer qualquer coisa para a liberdade deles/delas.

Não tenha nenhum contato com o elementos "denominados criminosos". Tais círculos abundam de informantes. Um ativista radical de propriedade de animais rodou depois de comprar explosivos de um sócio de uma "quadrilha de motoqueiros".

Tome cuidado com as "almas perdidas", dos indivíduos "mentalmente transtornados" (às vezes leva algum tempo para perceber que alguém não mete todo o remo dentro da água), ou outras pessoas onde você vê certo arrependimento.

Agentes duplos

Seja especialmente cauteloso quando lidar com pessoas que oferecem informações internas de suas posições dentro da companhia a que pertencem atacando-a ou a seus companheiros. Tais pessoas podem estar sinceramente do seu lado, e nesse caso, a informação deles/delas pode ser extremamente valiosa. Mas também é possível que tais pessoas, particularmente quando eles tomam a iniciativa de se aproximarem, sejam agentes duplos. Um agente duplo vai, sob o pretexto de ajudar seu grupo, na verdade lhe dar informações enganosas que podem ser prejudiciais. Tal pessoa pode tentar provocar o desmonte e até mesmo a prisão de todos os componentes do grupo.

Se de repente surge um voluntário e você o julga útil, reduza o risco para o grupo de ação lidando com ele através de um intermediário que funcionará como pessoa de contato. O contato deveria ser alguém inteiramente confiável, mas que nunca participou em ações ilegais, e que permanece na intenção de sempre proceder assim. O contato serve como um "escudo", passa as informações do informante voluntário e provê uma capa protetora entre o informante e o grupo de ação.

É importante que a informação só flua em uma direção, do informante para o grupo de ação. Ao informante, não importa quão útil seja, nunca deverá saber dos planos ou ações pelo grupo de ação. Isto também protege o informante, no caso de investigação por polícia ou funcionários de companhia. Por isto, você nunca faz qualquer registro escrito da identidade do informante, para que estes não caiam nas mãos das autoridades.

Pelo fato de seu contato estar exposto à ameaça de interrogatório (especialmente se o informante realmente é um agente duplo que planeja uma investida) ele deve ser maduro e emocionalmente estável o bastante para se manter calado diante das perguntas para proteger a identidade do grupo de ação.

Se você tem qualquer razão para suspeitar que seu informante é um agente duplo que planeja uma investida, organize secretamente as reuniões e grave as reuniões entre seu contato e o informante nos quais o informante que faz declarações provocativas, assim pode-se provar que o mesmo estava ali para incitar ação ilegal. Tal gravação poderia ser bastante valiosa na defesa de qualquer membro ligado a uma acusação dirigida ao grupo de ação. Porém, tal fita (ou outra evidência) nunca deverá ser guardada numa casa onde a polícia poderia usar uma autorização para a apreende-la ou destruí-la. Enterra-la num terreno baldio distante talvez seja a opção mais segura, encaixe as fitas em várias sacolas plásticas a prova de água e bem apertadas.

Seu contato deve ter álibis sólidos na hora de qualquer ação. É aconselhável que esteja em um lugar público onde outros possam provar sua presença; e se estiver viajando é melhor ainda.

O contato deve ter muito cuidado quando passa informações para o grupo de ação. Uma ligação de um telefone público a cobrar geralmente é segura. Reuniões cara a cara em áreas abertas como parques também estão normalmente protegidos de espiões eletrônicos. Passe informações verbalmente e jamais faça nenhuma nota escrita que possa ser apreendida como evidência, e estritamente na base de um para um. Se o conteúdo de uma conversação coloca a palavra de uma pessoa contra outra, quando confrontadas, as negativas são mais convincentes. É bom tomar muito cuidado quando o contato passa as informação como se fossem conversa fiada ou fofoca. Se nenhuma atividade ilegal é discutida de fato, será mais duro provar que um crime foi cometido.

Pelo fato de serem legais, aparentes, as organizações políticas são muito mais suscetíveis a infiltração através de delegados disfarçados, não devem ser envolvidas com os grupos de ação, particularmente aquelas com reputação de serem simpáticas dos grupos de ação.

Agentes secretos expostos

Quando lidamos com alguém que decididamente foi detectado como um agente secreto, seja paciente. Agentes secretos podem ser muito caros, e se eles não produzem resultados, podem ser demitidos ou movidos para outro lugar. Se os agentes secretos não extraem qualquer informação útil depois de um tempo considerável, eles podem ser transferidos. De qualquer forma, tome tuas precauções com relação a pessoas que se movem constantemente de uma área para outra. Ela pode ser um agente secreto a procura de oportunidades.

Iscar é um modo para expor um agente secreto. O "suspeito" é provido (aparentemente de forma inadvertida) de um pouco de informação de tal forma que as autoridades não resistirão em agir. Este poderia ser o dia, hora e lugar de uma ação futura, ou a localização de alguns militantes que seriam altamente incriminados. Claro que, a ação não acontece como planejada, ou os fragrantes são totalmente inócuos. Se o agente secreto suspeito é o único provido com essa informação, e a polícia faz a resposta apropriada, você tem prova razoável que o "suspeito" realmente é um agente. Se você deu gorjeta ao informante suspeito dos detalhes de uma falsa ação, você precisará ter algum método para manchar a resultante vigilância policial ou embosca-la sem assumir compromisso quem quer que seja; talvez você poderia ter alguém só a passeio como um pedestre inocente ou laranja. Cada vez que for usado o método isca deve haver a participação de mais de uma pessoa proporcionando para cada um informações ligeiramente diferentes (localizações diferentes, tempos, etc.) A resposta indicará qual pessoa está passando informação. Mantenha a simplicidade!

Embora os agentes secretos participem habitualmente de ações ilegais para convencer os sócios do grupo que eles são bons e fiéis, geralmente seus manipuladores por razões legais não lhes permitem instigar atos. As vezes eles quebram essa regra, mas sabem que fazendo isso podem se enrascar se forem levados a um tribunal. Se você quer "testar" alguém que suspeita de ser um policial inrustido, você pode lhe proporcionar a oportunidade (e até mesmo materiais) para cometer um ato ilegal, mas NUNCA NENHUM ENCORAJAMENTO. Use sua imaginação. Um exemplo simples seria algo assim: Com o agente secreto suspeito em seu carro, estacione em frente a uma loja de peles. Você tem pedras, pintura de spray, super bonder, e tudo isso debaixo do nariz do agente suspeito. Você lhe pergunta, "O que você está pensando?" Deixe a pessoa instigar a ação por si mesma. Se a pessoa se propõe a fazer algo ilegal, e é um agente, ela o fez por si só instigando o crime.

Porém, se colocados em tal situação, a maioria dos agentes tenta dar uma desculpa para a inação, talvez deprecie a balança da ação ou promete mais depois. Tome todo cuidado com essa pessoa no futuro. (Não dê para um agente suspeito a oportunidade de correr a um telefone e efetuar uma ligação a cobrar antes de decidir o que fazer; ela poderia tentar contatar o supervisor dela para instruções.) Nota: Um agente secreto pode arriscar envolver-se em uma ação para se insinuar com o grupo e adquirir a confiança deles para um ato ilegal mais recente e mais grave.

Lembre-se que os agentes secretos normalmente usam um grampo para registrar conversações. Se você realmente suspeita de alguém ser um agente, e não há nenhum modo para manter a pessoa de lado de fora de uma reunião chave, você poderia considerar "sinalizando" as pessoas que assistem a reunião. Outro método de detectar dispositivos gravadores seria usar um detetor de metal pequeno (como é usado por caçadores de tesouro, e facilmente encontrados nas lojas especializadas). Porém, provavelmente, na maioria das situações essa opção não é possível, pois provocaria na maioria das pessoas uma boa dose de ressentimento, ou consideraria isto uma afronta para a lealdade deles/delas. A melhor opção seria propor uma desculpa para adiar a reunião, até que você possa confirmar o agente suspeito através de outros meios. Freqüentemente o agente carrega consigo um gravador, um documento, uma pasta, algo que o denuncie. Disfarçadamente coloque perto dele (no mesmo quarto ou veículo) um gravador- essa ação requer habilidade pois a gravação deve ser inteligível. Em situações onde os agentes secretos esperam realizar um contato pessoal ou descobrir algo, como uma viagem de acampamento, exercícios, eles podem ficar sabendo de tudo usando um dispositivo gravador oculto. (Se qualquer coisa incriminatória é discutida enquanto eles estão ausentes, eles se referirão depois à conversação quando eles a estiverem registrando, esperando adquirir a informação incriminatória sobre a fita.) Ou se eles suspeitam que eles são suspeitados, eles procuram fabricar uma situação que "prova" que eles não tiveram participação.

Aqui vão algumas coisas que denunciam os agentes secretos:

Busca incessante de informações das quais não precisam e uma contínua "necessidade de saber das coisas".

Antes das reuniões procuram sempre provocar as pessoas a manifestarem declarações incriminatórias. (assim elas podem ser registradas). Se você é suspeito, você diz que estava brincando quando fez o comentário.

Suspeita repetidamente lançada em outros sem base. Esta pode ser uma cortina de fumaça para evitar que a suspeita recaia sobre eles.

Mostrando um entendimento extremamente raso dos assuntos. Um policial encoberto pode saber resumidamente de alguns assuntos. Porém, alguns são tão bons faladores e podem até passar por entendidos sem no fundo sequer saberem do que estão falando.

Provocam tumultuadas demandas que sugerem ação e depreciam os sócios mais tímidos do grupo. Muitos policiais tendem ao autoritarismo e possuem personalidades tão violentas que inadvertidamente a acabam revelando.

Via de regra demonstram um extremo nervosismo, ficam constantemente olhando de um lado para o outro durante uma ação. (Eles podem estar procurando a vigilância ou grupo de auxilio).

Basta escapulir para telefonar para seus supervisores ou agentes de controle. Algumas reuniões podem ser breves, em um carro perto de um estacionamento público, por exemplo, ou em uma loja de departamentos. Reuniões mais longas, como "relatos de missão" poderiam acontecer em quartos de hotel.

Constantemente "administram" a conversação para guia-la na direção que desejam.

Mencionando o nome de outra pessoa quando você se refere obliquamente àquela pessoa. (Para registro, uma vez que o agente provavelmente está registrando a conversação).

Trabalhando o dia, local e hora das conversações.

Efetuando declarações explicitamente comprometedoras em resposta a comentários vagos que você ou os outros deixam escapar.

Conversações manipuladoras para tentar obter algum tipo de afirmação tua em resposta às declarações incriminatórias deles/delas.

Perguntando regularmente por outros indivíduos (particularmente os supostos líderes).

Conversações iniciando sobre grupos de ação.

Guiando uma conversação em direção a atos ilegais ou conspirações quando a conversação passa para assuntos legais e sem conexão.

Reivindicando ser um alcoólatra em recuperação. Isto os dá desculpa não beber com você e possivelmente se enganar nas coberturas deles/delas enquanto debaixo da influência da bebida.

Papéis diferentes são exercidos com pessoas diferentes para calcular e especificamente dosar o grau de vulnerabilidade de cada indivíduo ou forças. Um infiltrado pode representar exatamente o papel do tipo de pessoa que você precisa em seu estado mental atual.

São capazes de qualquer coisa para aumentar a credibilidade deles/delas. Ao mesmo tempo em que se organizam para um pesado ataque, ou outros objetivos, testemunham a favor de pessoas que eles querem atrair ou de quem desejem confiança.

Lembre-se sempre da maneira clássica que um agente secreto profissional usa para contatar um agente infiltrado suspeito. Inicialmente será introduzido por um conhecido informante não profissional nunca pelo suspeito.

Nenhum comentário: