Na década de 80 crescem os partidos de oposição, como também os sindicatos, reivindicando liberdade de expressão e o fim de uma política autoritária e tendenciosa aos seus. Houve uma pressão de todos os lados para o fim da ditadura militar. Em 1985 Tancredo Neves é eleito pelo Colégio Eleitoral, integrando a Aliança Democrática, formada pelo PMDB e Frente Liberal. Em 1988 é promulgada a nova Constituição. Fala-se agora em um novo período – Redemocratização.
Notemos que a historiografia brasileira é para boi dormir, cheia de mentirinhas e falsos heroísmos. Nunca houve democracia no Brasil, por que Redemocratização? Para haver democracia deve-se pelo menos haver soberania popular. Digam-me: onde está esta?
Vivemos num país platônico, doceta em sua estrutura. Nosso futuro está nas mãos de estruturas inversas, reais no contexto mundial; um exemplo apenas: Fundo Monetário Internacional (FMI).
Karl Marx explicou muito bem em suas obras que a história da humanidade está diretamente relacionada à política e economia. A partir daqui podemos entender a situação em que vive nosso povo, o Brasil. Estamos impossibilitados de crescer social e economicamente por questões ligadas a nossa política, como os juros, por exemplo. Até a famosa Lei de Responsabilidade Fiscal está relacionada à corda que nos prende. Essa lei foi criada por imposição do FMI para garantir pagamento de dívidas. Cadê mesmo a soberania popular?
Em 1868 disse Mikhail Bakunin: “Quero que a sociedade e a propriedade coletiva ou social estejam organizadas de baixo para cima por meio da livre associação e não de cima para baixo mediante da autoridade, seja de que classe for.” Será que os vários grupos que vivem em nosso país crêem que a organização social deste é concebida de baixo para cima – o que deveria acontecer numa democracia? Nossa organização social é uma violência gerada de cima para baixo, em nome da opressão econômica, em nome do bem estar do capitalismo, em nome da política liberal e poética liberdade individual.
Para haver democracia num país não basta o fim da violência física praticada na ditadura militar. As leis e ações do executivo devem visar as reais necessidades de seu povo e não uma estrutura falida no mundo (capitalismo).
Não vivi uma ditadura militar, mas vivo num país em que a política trabalha em prol do Sistema e não das necessidades reais de seu povo. O dia que todo brasileiro for respeitado como cidadão, inclusive nossos índios,negros, LGBTs, deficientes, estudantes, sem-teto, homens e mulheres do campo e da cidade, e todos aqueles que são excluídos desse arremedo grosseiro de sociedade, tiverem acesso a boa educação, boa saúde, lazer... e as desigualdades sociais forem apenas parte da história, comemoremos, ou melhor, berremos a plenos pulmões, pra todo mundo ouvir, é a DEMOCRACIA nascendo!
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